‘Maia busca desculpas para justificar erros que ele mesmo cometeu’, afirma ACM Neto

Presidente nacional do DEM também desmentiu conversas sobre filiação de Jair Bolsonaro na legenda

  • Por Jovem Pan
  • 09/02/2021 08h44
GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO ACM Neto afirmou que apenas Rodrigo Maia expressou desejo de sair do partido

O presidente nacional do Democratas, ACM Neto, acredita que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia não se conforma com a derrota na última eleição legislativa. “Ele estava apegado ao poder. No fundo, Maia desejava se manter como presidente da Câmara e o Supremo Tribunal Federal (STF), de maneira acertada, não acolheu a hipótese de reeleição. Agora, ele procura culpados e desculpas para justificar os próprios erros que ele cometeu”, afirmou o ex-prefeito de Salvador. Ele também desmentiu a possibilidade do presidente da República, Jair Bolsonaro, se filiar ao DEM. “Nunca aconteceu nenhum tipo de conversa nesse sentido. É uma irresponsabilidade especular sobre a filiação partidária do presidente, tendo em vista que esse assunto jamais foi tratado. Rodrigo Maia muito bem sabe disso.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, ACM Neto afirmou que apenas Rodrigo Maia expressou desejo de sair do partido. “Ganhar e perder é próprio do processo político democrático. Aceitar a derrota é um ato de nobreza dos que perdem. Infelizmente, Maia não está sabendo perder e, por isso, está apequenando o papel que teve por mais de quatro anos.” Ele confirmou que, por mais que passe a impressão de que a sigla está dividia, ela está unida — e a opinião de Maia sobre o que aconteceu no legislativo é quase isolada. ACM também defendeu que esse processo de escolha dos presidente não tem qualquer tipo de relação com a sucessão presidencial de 2022 e que ainda não é hora de pensar nisso. “Se esse tema ainda não foi abordado, não existe direcionamento partidário.”

ACM Neto elogiou o PSDB e disse que a parceria de ambas legendas é histórica, mas não confirmou uma possível chapa para 2022 com os dois partidos. “Estivemos ao lado dos tucanos nos momentos mais difíceis, como quando Geraldo Alckmin foi candidato à Presidência e teve pouca viabilidade na disputa. Estávamos ao lado dele exatamente por coerência, por manter fidelidade aos nossos princípios. Se o PSDB criou alguma expectativa em relação a 2022 antecipadamente, o fez sem combinar conosco. O DEM e o PSDB são partidos distintos e, na hora certa, vamos saber conversar sobre a sucessão presidencial”, completou. Em relação a uma possível filiação de Luciano Huck, o presidente do DEM afirmou que nunca foi expressado um interesse de maneira categórica — mas teceu elogios ao apresentador.

O ex-prefeito de Salvador reforçou que o Democratas não está fazendo nenhum movimento em direção à direita e afirmou que a sigla não vai aderir a base do governo. “Jamais aceitei negociar o que quer que fosse: participação, indicação de cargo, apoio de ministro. Isso não vai acontecer. Maia sabe como eu penso e, mais do que palavras, atitudes. Não faço política preso a ideologia, a radicalismo.” ACM também afirmou que o DEM vai defender e lutar para que as reformas sejam aprovadas ainda no primeiro semestre deste ano. “O ano de 2021 vai ser muito difícil em função dos efeitos econômicos e sociais da pandemia e só tem uma forma de atenuar: aprovando reformas. Tudo precisa avançar e o legislativo não pode ser oposição, precisa trabalhar com independência e harmonia.”

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