Maia diz que situação dos EUA pode ser espelho para o Brasil em 2022
Presidente da Câmara dos Deputados pediu que país se preparasse e que instituições fossem respeitadas nas eleições presidenciais do Brasil em 2022
O presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia, vê com preocupação o que aconteceu essa semana nos Estados Unidos, com o questionamento de Donald Trump, sobre a apuração dos votos com ameaças de ir à justiça e fazendo críticas diretas ao partido democrata. Segundo Maia o temor é que esse clima possa contaminar também as nossas próximas eleições presidenciais. Para evitar qualquer tipo de ruptura, o presidente da Câmara defende que o Brasil se prepare e que as instituições sejam respeitadas. “O movimento dos outros partidos vai depender muito dos próximos seis meses do governo, que eu acho que são decisivos. Acho que se o governo, se ele não organizar da forma que é mais polêmica e mais desgastante, vai ter muita dificuldade e aí eu acho que vai abrir um cenário político para que outras correntes, não apenas um movimento de centro, possam pensar em construir suas candidaturas para 2022”, disse.
Maia defendeu a necessidade da manutenção do chamado teto de gastos, mas admitiu que existe o risco da proposta não se manter até o ano de 2026, como planejado, por conta de pressões internas dentro do próprio governo. Enquanto a área econômica defende a necessidade de continuar apertando o cinto, outras alas do governo sinalizam que seria importante para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, que o governo pudesse gastar um pouco mais. O que é visto com preocupação pelo presidente da câmara. “Acho que o ministro Paulo Guedes que discursa muito bem, tem uma ótima narrativa, ele vai ter que ter a capacidade de mostrar, como ele já mostrou outras vezes ao governo e aos parlamentares do governo que é impossível esse ‘furinho no teto’”, afirmou. Rodrigo Maia, ainda ironizou a disputa que se vê hoje dentro da câmara pelo comando da comissão de orçamento. Segundo ele, a proposta para 2021 será a mais apertada dos últimos anos, por isso o congresso poderá mexer pouco ou nada na proposta do governo.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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