Maia diz que candidato à presidência da Câmara precisa ter agenda liberal

Presidente da Casa também mostrou preocupação com a votação da reforma tributária

  • Por Jovem Pan
  • 06/11/2020 16h01 - Atualizado em 06/11/2020 16h04
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WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 05/11/2020 Há uma movimentação em busca da reeleição de Rodrigo Maia, mas o regimento interno da Câmara proíbe, dentro de uma mesma legislatura, a reeleição

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o candidato à sua sucessão só deve ser eleito pelo plenário da Casa caso defenda uma agenda liberal. Em Conferência Macro Vision, promovida pelo banco Itaú, nesta sexta-feira, 6, Maia também mostrou preocupação com a votação da reforma tributária. O deputado acredita que a eleição para a presidência da Casa possa atrapalhar a pauta que está muito “carimbada” como sua. “A minha opinião é que nenhum candidato a presidente da Câmara que não defenda uma agenda liberal na economia tem chance de sair vitorioso no plenário da Câmara“, disse. As eleições do Congresso estão marcadas para fevereiro do ano que vem. “A gente está vendo movimentos, e sabe que esses movimentos estão trazendo deputados que querem a presidência para um discurso que nunca fizeram”, completou. Há uma movimentação em busca da reeleição de Maia, mas o regimento interno da Câmara e do Senado proíbe, dentro de uma mesma legislatura, a reeleição para os cargos.

Sobre as reformas, o deputado ressaltou o protagonismo do próximo presidente da Câmara para o avanço das pautas. “É claro que eu vou sempre defender um presidente da Câmara que garanta a harmonia dos Poderes, mas principalmente sua independência. Uma segunda questão que a gente vai ter que saber é se no exercício da presidência ele vai ser um presidente que vai assumir esse papel. Como eu disse, no sistema brasileiro, é fundamental. Não tem como avançar reformas sem a participação efetiva do presidente da Câmara no parlamento brasileiro.” Maia também comentou sobre a reforma tributária, que está parada na Casa. “Tenho medo que a reforma tributária não consiga avançar, porque está muito carimbada como minha. Isso é uma grande besteira. No final, o grande beneficiado é o País e o governo”, disse.

Agenda

O presidente da Câmara informou que a reforma tributária pode ser votada ainda em dezembro, se houver acordo. “A reforma tributária está pronta. Pena que o governo ainda não se deu conta, porque seria o grande beneficiado”, reclamou. “Aceito votar autonomia do Banco [Central], aceito, é claro, votar os depósitos voluntários, mas aí temos que organizar melhor a pauta até o fim do ano. É só o governo ter boa vontade na reforma tributária”, cobrou Maia. O Senado aprovou o texto-base da autonomia do Banco Central na última terça-feira. Sobre o restante do calendário e a discussão do Orçamento de 2020, Maia colocou a PEC emergencial como pauta prioritária. “Não acho que (a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias) tenha essa importância toda que todos dizem, mas isso tranquiliza um pouco os técnicos do governo e os próprios investidores”, argumentou. “Se a PEC emergencial estiver andando, acho que ninguém tem preocupação sobre a questão da aprovação do Orçamento ainda neste ano. A LDO, claro, porque vai garantir a s diretrizes que queremos para o Orçamento no próximo ano.”

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