Maior desafio para o Brasil entrar na OCDE é fazer a reforma tributária, diz secretário da Economia

Segundo Erivaldo Gomes, prazo para o país ingressar na organização pode ser de 2 a 5 anos e será necessário cumprir diversos requisitos ligados à livre iniciativa, democracia e aos direitos humanos

  • Por Jovem Pan
  • 26/01/2022 09h32 - Atualizado em 26/01/2022 10h50
FOTO: EDU ANDRADE/Ascom/ME Erivaldo Alfredo Gomes Erivaldo Alfredo Gomes. secretário de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério da Economia

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) abriu um processo para a adesão do Brasil e mais cinco países. Na manhã desta quarta-feira, 26, Erivaldo Gomes, secretário de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério da Economia, concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, para comentar a importância da iniciativa para a economia brasileira. Segundo Gomes, o prazo para o país ingressar no grupo pode ser de 2 a 5 anos, quando ele deverá cumprir uma série de requisitos, dentre eles o maior desafio, realizar a reforma tributária.

“Nós só nos tornaremos membros da OCDE, só seremos bem vistos pela comunidade de empreendedores e investidores se fizermos a reforma tributária. Como diz o ministro Paulo Guedes, nós vivemos num manicômio tributário. Isso desincentiva qualquer cidadão a empreender, empreender é um desafio no Brasil. Fazer a reforma tributária e simplificar a vida do cidadão é essencial para isso (…) O maior desafio para o Brasil para entrar na OCDE é a reforma tributária, uma reforma difícil a ser feita, necessária, e tem todo um apelo, uma dificuldade política, pelos vários interesses e várias emoções que mexem no país. É o nosso maior desafio”, afirmou Gomes.

Ele ainda destacou que uma série de requisitos precisará ser cumprida nos próximos anos para confirmar a entrada do país na OCDE, sendo todos eles ligados aos valores defendidos pela organização. “A OCDE defende valores como a livre iniciativa, democracia, direitos humanos. Ter uma agenda que permita que o indivíduo desenvolva os seus negócios é essencial [para conseguir ingressar no grupo]. Entrar na OCDE significa coroar a agenda de reformas estruturais que o Brasil vem desenvolvendo e isso significa também receber um grau de investimento sobre as práticas regulatórias que o Brasil adota. Hoje, o Brasil está supermal avaliado em todos os relatórios internacionais, em termos de fazer negócios, business, liberdade econômica. Então, essas reformar que nós estamos fazendo são importantes para fazer parte da OCDE e têm um impacto real na vida dos cidadãos”, pontuou.

“Há muita desinformação nos meios internacionais sobre o Brasil. Mas os investidores olham os dados brutos, as informações. E o Brasil é um país que reconstruiu a sua credibilidade durante esse governo, reconstruiu sua capacidade de atrair negócios, de sentar à mesa dos grandes players internacionais e dialogar com eles ao longo dessa gestão”, comentou o secretário. Ele ainda destacou o trabalho do governo federal para que o Brasil faça parte da entidade: “Entrar para a OCDE é o reconhecimento de um processo que nós desenvolvemos no país. Ser membro da OCDE não é para qualquer um. É para país que são considerados sérios nas práticas regulatórias, que adotam as melhores práticas regulatórias. Tem que cumprir uma série de requisitos, que inclui ter práticas regulatórias que sejam favoráveis aos cidadãos, às empresas, e que permitam aos investidores, as pessoas terem liberdade para fazer os seus negócios”.

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