Mamografia só deve ser feita antes ou quatro semanas após a 2ª dose da vacina contra a Covid-19
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, o exame de rotina deve se feito respeitando o período indicado para evitar diagnósticos equivocados de câncer de mama
Mulheres que precisam mamografia de rotina devem realizar o exame antes de tomar a vacina contra a Covid-19 ou quatro semanas depois da segunda dose. É o que recomenda a Sociedade Brasileira de Mastologia. A medida busca evitar análises equivocadas dos exames, já que os imunizantes podem gerar processo inflamatório na área das axilas, facilmente confundido com sintomas do câncer de mama, como explica a ginecologista-obstetra e consultora do Comitê de Monitoramento Covid-19 da Sociedade Brasileira, Cecília Roteli Martins. “Pode ser estimulada cadeias ganglionares que a gente chama de gânglios. Esses gânglios podem durante o período estar hiperplasiados, ou seja, aumentados. Ao verificar essa cadeia ganglionar aumentada, ele pode levar a um diagnóstico errôneo e levar à consequência de uma biopsia ou intervenção desnecessária”, relata. Segundo a médica, esse tipo de reação também pode acontecer após procedimentos estéticos como a depilação.
Cecília destaca a importância de se consultar o médico responsável pelo acompanhamento antes de tomar os imunizantes. “Quem vai decidir o momento que você pode ir, se você tem dúvida, é quem te acompanha. Então o médico vai saber falar ‘não, você pode esperar’ ou ‘você tem que ir já porque tem antecedente ou sintoma importante que não pode esperar’. Mas da maioria das vezes o câncer de mama tem um aparecimento que para detecção ele não tem uma evolução rápida. Esperar esse tempo não vai prejudicar nem o diagnóstico e nem o tratamento”, pontua. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, a chamada linfadenopatia axilar foi relatada por 11,6% das pessoas que receberam a vacina da Moderna. O imunizante não é usado na campanha de vacinação no Brasil, mas tem sido aplicado em maior quantidade nos Estados Unidos. Outras vacinas, como do sarampo e da influenza, também podem gerar a mesma reação.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini
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