Manifestantes protestam contra fase emergencial no Estado de SP

Pelo menos 49 dos 105 municípios paulistas que têm leitos para Covid-19 já alcançaram taxa de 100% de ocupação nas UTIs

  • Por Jovem Pan
  • 13/03/2021 07h33
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RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO FUP20210312287 - 12/03/2021 Manifestantes estendem faixa de protesto na rua Estado de SP registrou nesta sexta-feira, 12, o maior número de mortes por Covid-19 em 24 horas desde o início da pandemia

Manifestantes fizeram um protesto nesta sexta-feira, 12, na capital paulista, contra o endurecimento da quarentena no Estado a partir da segunda-feira, 15. O ato pacífico foi acompanhado pela Polícia Militar. Com cartazes e bandeiras do Brasil, o grupo se aglomerou em volta de um carro de som, que bloqueou as imediações de um dos principais terminais de ônibus da cidade. O comerciante Kamel Ghandour disse que não concorda com as novas determinações. “Os comerciantes não aguentam mais ficar com as portas fechadas, trabalhando com medo.”

A Maria Roseli Silva acredita que fechar as portas do comércio não era a melhor solução no momento. “Porque estão fechando suas lojas, seus comércios, suas indústrias, demitindo pessoas porque não estão conseguindo pagar contas, funcionários. Eles estão pedindo pelo amor de Deus.” Apesar dos alertas das autoridades, houve aglomeração e muitos manifestantes estavam sem máscara. O Estado de São Paulo registrou nesta sexta-feira, 12, o maior número de mortes por Covid-19 em 24 horas desde o início da pandemia.

Foram 521 óbitos confirmados em um único dia, uma a cada três minutos. O total de óbitos já passa de 63.500 no Estado. São Paulo também atingiu o maior número de internados da pandemia, com 9.777 pacientes em UTI.  Dados da Secretaria Estadual da Saúde mostram que 49 dos 105 municípios paulistas que têm leitos para Covid-19 já alcançaram taxa de 100% de ocupação nas unidades de terapia intensiva. A nova fase emergencial, que inclui suspender campeonatos esportivos e vetar cultos, além de fechar escolas estaduais, praias e lojas de construção, deve vigorar pelo menos até dia 28 de março.

O governo de São Paulo anunciou a criação de um comitê de blitz  para reforçar o trabalho de fiscalização e o cumprimento das novas restrições. A força-tarefa terá profissionais da Vigilância Sanitária, Procon e das polícias civil e militar. O objetivo é coibir festas clandestinas e aglomerações em estabelecimentos comerciais irregulares. O Procon de São Paulo já fiscalizou 636 estabelecimentos que prestam atividade não essencial — como bares, baladas, restaurantes, lanchonetes. E autuou 100 — 16% do total.

*Com informações da repórter Caterina Achutti

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