Medidas restritivas passam a valer e dividem médicos e comerciantes no Rio de Janeiro

Capital do estado fluminense passou a impor medidas restritivas mais severas para conter Covid-19 impondo toque de recolher e redução em horários de funcionamento

  • Por Jovem Pan
  • 06/03/2021 07h07
Foto: MICHEL FILHO/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO Aglomeração de pessoas e sombrinhas de sol na frente da praia Medidas restritivas foram atenuadas para conter pandemia no Rio de Janeiro

Medidas restritivas impostas pela prefeitura do Rio de Janeiro para evitar um potencial colapso no sistema de saúde por causa da pandemia da Covid-19 passaram a valer na sexta-feira, 5, e dividiram o município. Entre as mudanças estão a imposição de toque de recolher, redução no horário de funcionamento de bares, lanchonetes e restaurantes, proibição de operação de boates, casas noturnas e realização de shows ou eventos em ambiente público ou privado. Na orla da cidade, os quiosques não funcionarão e ambulantes não poderão trabalhar até a próxima quinta-feira, 11. A medida gerou preocupação. “Só Deus sabe, amanhã a gente vê, funcionário, carteira assinada, carros… Como é que vai fazer, depois a gente vê. Não está fácil para segurar. A gente tem feito um esforço danado aqui, tem conseguido manter os quiosques, pelo que eu sei, na pandemia, de 309 quiosques, três fecharam em definitivo. Isso é um feito enorme para o que está acontecendo ai, não é isso? Isso aqui gera emprego”, pontuou o microempresário Maurilio Carneiro, que trabalha na orla de Copacabana.

Parte dos médicos, infectologistas e especialistas da área apoiam as decisões tomadas pela prefeitura da cidade, que chegou a elencar uma das maiores taxas de mortalidade por habitante durante a pandemia. “A questão econômica nunca esteve dissociada da saúde, mas é fato que o momento requer esse cuidado. O Rio de Janeiro amarga números muito ruins, são 200 óbitos para cada 100 mil habitantes, que é mais do que São Paulo, que apesar de ter o maior número absoluto, tem 130 óbitos por 100 mil. De qualquer forma e mesmo com números estáveis agora, nós estamos vivendo um contexto em que o Brasil tem novas variantes circulando e respondendo por mais infecções, o que pode comprometer a eficiência, que vem em um ritmo muito lento”, afirmou a pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Cristina Barros. O primeiro caso de Covid-19 registrado no estado completou um ano nesta sexta-feira, 5. Até o momento, mais de 33,5 mil mortes foram registradas no país e quase 600 mil casos foram confirmados.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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