Medo do desemprego cresce no país, revela CNI
Índice ficou em 57,1 pontos no último mês de 2020, sete acima da média histórica de 50,2 pontos
O medo de perder o emprego subiu entre a população brasileira em dezembro. Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, divulgada nesta quinta-feira, 8, o Índice de Medo do Desemprego ficou em 57,1 pontos no último mês de 2020, sete acima da média histórica de 50,2 pontos. Os dados acompanham o aumento do desemprego no país, que vem crescendo desde o início da pandemia e atualmente atinge 14 milhões de pessoas segundo o último balanço do IBGE.
Apesar do maior temor, o gerente-executivo de economia da CNI, Renato da Fonseca, afirma que o cenário não é tão ruim — já que o índice é praticamente o mesmo do que o registrado em dezembro de 2019. “A gente percebeu uma piora entre setembro e dezembro. Mas ainda continuamos no patamar que estávamos em 2019, o que é uma boa notícia nessa recuperação lenta que a gente está tendo. Mas acho que o consumo vai continuar voltando a crescer no primeiro trimestre. Quanto maior o medo do desemprego, menor o consumo. As pessoas vão evitar consumir, se endividar. É importante que ele não subiu muito. Foi muito maior na crise de 14/16, tinha um medo de desemprego muito maior ali.
” O especialista destaca que a reabertura rápida da economia durante a quarentena contribuiu para que o índice não ficasse muito elevado. Renato da Fonseca alerta, no entanto, que um avanço da pandemia, como vem ocorrendo em diversas partes do mundo, pode piorar os índices. “Rapidamente a gente voltou, principalmente no comércio, onde a gente estava antes — para um país que não estava crescendo. A gente está voltando para a situação do início de 2020 dizendo ‘é agora que o crescimento vem’ e a gente não viu esse crescimento.” A CNI também divulgou dados do índice de Satisfação com a Vida, que alcançou 70,2 pontos em dezembro de 2020, ficando acima da sua média histórica, de 69,6 pontos. Essa é a primeira vez que o indicador fica acima da média desde 2014 — com o crescimento, a Satisfação com a Vida mantém a tendência de recuperação iniciada ao fim de 2016.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini
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