Ibovespa fecha acima dos 122 mil pontos e renova máxima histórica

Cenário internacional e euforia por vacina no Brasil impulsionaram o principal índice da Bolsa brasileira; dólar avança e fecha na maior cotação desde novembro

  • 07/01/2021 18h26 - Atualizado em 07/01/2021 18h29
BRUNO ROCHA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Ibovespa, referência da B3, opera acima dos 125 mil pontos com o otimismo global Ibovespa, referência da B3, opera acima dos 127 mil pontos

O Ibovespa renovou a máxima histórica nesta quinta, 7, ao fechar aos 122.385 pontos impulsionado pelo bom humor nos mercados globais e a euforia pelos resultados da CoronaVac. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira bateu o recorde quase um ano após o pico histórico de 119.523 pontos alcançados em 23 de janeiro de 2020. O pregão encerrou com avanço de 2,76% após passar todo o dia em alta, acompanhando o avanço das Bolsas internacionais. O Ibovespa ficou próximo de renovar a máxima nesta quarta, 6, mas perdeu o fôlego na última hora com a repercussão negativa da invasão do Congresso dos Estados Unidos nos mercados globais. Apesar do cenário positivo no exterior, o dólar se manteve forte e avançou 1,82%, cotado a R$ 5,399, o maior valor desde 23 de novembro. A divisa norte-americana chegou a bater máxima de R$ 5,412, enquanto a mínima não passou dos R$ 5,300. Na véspera, a moeda havia fechado com alta de 0,84%, cotado a R$ 5,302.

Os investidores ainda repercutem positivamente a oficialização de Joe Biden à frente da Casa Branca, a despeito da invasão do Capitólio, a sede do Congresso norte-americano, por apoiadores do ainda presidente Donald Trump. O confronto entre os manifestantes e as forças de segurança deixou quatro mortos e dezenas de feridos. Também contribui para o bom humor a definição dos dois senadores democratas na Geórgia após disputa acirrada com os republicanos. Com o resultado, o partido de Biden terá controle da Presidência, Senado e Câmara dos EUA. “Tanto é verídico esse efeito da “Onda Azul” que os setores ligados a economia brasileira, como varejo, por exemplo, estão apresentando desempenho bem abaixo do Ibovespa e isso pode ser explicado pela alta dos juros futuros e do dólar, estes refletindo a questão fiscal e a probabilidade pequena de estímulos pelo nosso governo, ou seja, menor perspectiva de crescimento para esse ano e reprecificação dos fluxos de caixa”, afirma Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

No cenário doméstico, os investidores repercutiram positivamente uma série de notícias sobre a vacinação contra o novo coronavírus no Brasil. O destaque ficou com o anúncio de 78% de eficácia da CoronaVac, o imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan, ligado ao estado de São Paulo. Os resultados foram divulgados nesta quinta pelo governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), e a equipe do Butantan em entrevista coletiva após três adiamentos. Os dados foram apresentados à Anvisa nesta manhã, em uma reunião de pré-submissão, e o pedido para a aprovação de uso emergencial deve ser tratado ainda hoje em um novo encontro. A Agência tem 10 dias para analisar. O pedido definitivo ainda não vai ser realizado porque precisa ser feito pela Sinovac. A previsão de início da vacinação no dia 25 de janeiro em São Paulo está mantida.

Em pronunciamento no fim da tarde, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o governo federal assinou contrato para a aquisição de 100 milhões de doses do imunizante. O acordo estima a compra de 46 milhões de doses até abril e outras 54 milhões ao longo dos próximos meses.  O auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também disse que, “na melhor hipótese”, a vacinação inicia no dia 20 de janeiro, enquanto no pior dos cenários, a campanha deve começar entre 10 de fevereiro e final de março. Além de estipular datas para o início da vacinação, Pazuello também deu detalhes sobre a produção e a aquisição de imunizantes contra a Covid-19. O primeiro imunizante citado pelo ministro foi o desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a Astrazeneca. Pazuello explicou que, na época em que o acordo com a farmacêutica foi fechado, aquela era a melhor oportunidade disponível. Ele também afirmou que a distribuição da CoronaVac não será restrita ao estado de São Paulo. “Toda a produção do Butantan será, a partir deste momento do contrato, incorporada ao plano nacional de imunização. [As vacinas] Serão distribuídas de forma equitativa e proporcional a todos os estados, da mesma forma como todas as vacinas da Astrazeneca”, disse o ministro.

 

 

 

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