Meirelles ressalta independência no BC e se esquiva sobre trocas constantes de partido

Derek Flores/Jovem Pan Pré-candidato á presidência pelo MDB, Henrique Meirelles foi eleito deputado federal pelo PSDB (GO), mas largou o mandato para assumir a presidência do BC durante o governo Lula

Dando sequência à sua série de entrevistas especiais com pré-candidatos à presidência da República, a Jovem Pan recebeu, nesta terça-feira (05), o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (MDB).

Durante a sabatina, a bancada do Jornal da Manhã levantou a questão da fidelidade partidária do emedebista, visto que já abriu mão do cargo de deputado federal pelo PSDB para atuar como presidente do Banco Central durante o governo Lula. Vale lembrar que Meirelles também se filiou ao PSD, antes de migrar ao partido do presidente Michel Temer.

“Em 2002 me candidatei a deputado federal pelo PSDB (GO), que tem líderes acusados e líderes presos. Depois entrei no Banco Central, que era o governo do PT. O PT também tem líderes acusados e líderes presos. A mesma coisa acontece no MDB”, afirma. “Então é uma questão do momento do Brasil, da política brasileira, das instituições e do judiciário atuando. Minha posição é de respeitar as decisões finais da justiça”.

Meirelles enfatiza não teve qualquer ingerência política durante sua gestão junto ao BC no governo Lula. “Não participei do PT, não sai do PSDB e não me filiei ao PT. Assumi a posição de um Banco Central absolutamente independente, como estava nos acordos que fizemos. É assim em qualquer país do mundo. O Banco Central não tem ideologia partidária, pois é um órgão técnico”, revelou.

O pré-candidato do MDB ressalta ainda que não abandonou o seu eleitorado ao abrir mão do cargo de deputado federal para assumir o BC. “Os eleitores de Goiás me elegeram não para fazer uma ideologia de um partido, mas porque acreditaram na minha experiência que pudesse representar o estado no Parlamento (…) O que poderia fazer como deputado, fiz muito mais como presidente do Banco Central. Senti que foi um grande orgulho em ter um goiano no comando do BC”, disse.

“Como presidente eu não participava de nenhuma decisão do governo. Fiz um acordo de independência e esse acordo foi cumprido. Me orgulho desse trabalho e o país precisa exatamente disso. Precisa de Instituições que funcionem de forma absolutamente independente numa área tão crítica”, afirmou

“Colaborei com o Brasil”

Quando questionado sobre a relação com o governo Temer e consequentemente com os chamados “caciques” do MDB, Henrique Meirelles, disse que não faz políticas públicas para um determinado grupo, mas sim para o Brasil. “Cito frequentemente o presidente Temer, pois trabalhamos juntos e muito bem. A administração do Ministro da Fazenda é diferente de um presidente do Banco Central. Ministro conduz políticas públicas e leva propostas de interesses do governo (…) O Brasil saiu da maior recessão da história e está crescendo. Tudo tem que ser colocado com muita clareza. Estou levando uma proposta ao País e não de determinado grupo”, declarou.

Confira a entrevista completa com o pré-candidato à presidência pelo MDB, Henrique Meirelles: