Mesmo com restrições, comércio registra alta de 3% no Natal, avalia economista da CNC

Segundo Fabio Bentes, embora não seja espetacular, o resultado supreende o setor

  • Por Jovem Pan
  • 26/12/2020 10h37 - Atualizado em 26/12/2020 10h40
DANIEL RESENDE/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO PIB do Brasil sofreu tombo de 4,1% em 2020, em ano marcado por pandemia e contração da economia global Fabio Bentes admite que as novas restrições impostas em diversos locais do país devem impactar os segmentos

Mesmo com as restrições e fechamentos de lojas e estabelecimentos no dias 25, 26 e 27 de dezembro em São Paulo, o comércio deve registrar alta superior a 3% nas vendas do Natal. Essa é a avaliação do economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Fabio Bentes. Segundo ele, considerando a Black Friday como um termômetro do que seria a data mais importante do varejo, o Natal, a expecativa era de aumento de 3,5% no setor, o que pode ser confirmado. “O Natal foi muito digital. A Black Friday, como um termômetro fidedigno, mostrou como o consumidor se comportou. Não acredito que mantemos o crescimento do terceiro trimestre, que foi muito grande, mas as vendas cresceram acima dos 3%. Não é espetacular, mas diante deste cenário, vislumbrar o crescimento ainda em 2020 é, de fato, um resultado supreendente”, relata em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.

Embora a taxa de recuperação e o faturamento em dezembro seja positivo, Fabio Bentes admite que as novas restrições impostas em diversos locais do país, como no Estado de São Paulo com o retorno temporário da fase vermelha e na região do Amazonas, devem impactar os segmentos. [O fechamento das lojas] lança uma preocupação em relação a 2021. São Paulo oferando com restrições, Amazonas fechando o comércio, voltando para a fase do auge da pandemia. Então existe a possibilidade que tenhamos um fechamento de lojas muito parecido com o que tivemos no ínicio da pandemia e a recuperação esperada fica mais compremetida, pelo menos até que tenhamos a vacina disponibilizada para boa parte da popoulação”, comenta. O economista lembra que mesmo com o avanço do varejo online, a participação dos ecomerces ainda são muito pequenas, cerca de 6%, em relação ao faturamento total do setor. Por isso, as novas restrições preocupam. “Claro que diante da segunda onda, o varejo está mais preparado do que na primeira. Mas o ecommerce não será suficiente para compensar todas as perdas.”

Para minimizar novas perdas ao varejo e comércio físico, Fabio Bentes acredita que os governantes devem adotar novas medidas que possam reduzir os custos do setor, citando a extensão do estado de calamidade pública como uma boa alternativa. “Seria muito bem vinda a prorrogação até o final do primeiro trimestre. Já observamos a produção de vacinas, agora falta adquirir doses que proporciem o mínimo de imunização. O que deve ser feito é prorrogar as principais ações do estado de calamidade, como o adiamento de impostos e reforço de programas, principalmente para micro e pequenas empresas. A gente viu que eles reagiram muito bem [com as ações]. Fabio Bentes finalizou comentando a proposta de lojistas de busca na Justiça o direito para a reabertura dos estabelecimentos em São Paulo. Para ele, essa é uma medida que busca garantir a sobrevivência das empresas diante as novas restrições. “É inegável que um novo processo de fechamento trará prejuízos para os empresários e para os consumidores, com possibilidade de escassez de produtos, além de prejuízos para os governos na arrecadação. Não é um processo que seja fácil de ser resolvido. Por isso, acredito que a iniciativa deveria partir dos governos. No caso de São Paulo, é um pouco estranho ter o fechamento do comércio por três dias. Isso não vai resolver a pandemia e vai criar um problema para os empresários.”

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