Metade dos empréstimos entre mais pobres é para comprar comida, diz estudo

Dados divulgados pelo instituto de pesquisas Plano CDE, mostram que entre 45 e 50% das famílias das classes C, D e E recorreram a algum tipo de empréstimo para quitar contas básicas

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2022 10h44
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aleksandarlittlewolf/Freepik Mulher no supermercado lendo valores nutricionais de um produto na prateleira De acordo com a Abras, consumo deve ser maior no natal de 2023, em comparação com 2022

Só no mês de outubro, o crédito consignado disponibilizado às famílias beneficiárias do Auxílio Brasil chegou a R$ 5 bilhões, uma marca recorde. De acordo com os dados do Banco Central, trabalhadores do setor privado movimentaram R$ 1,5 bilhão dos empréstimos em setembro, número que saltou para R$ 6,7 bilhões no mês seguinte. A média mensal no ano é de R$ 1,4 bilhão. O valor impacta diretamente na taxa de juros dos empréstimos, que no acumulado do ano chegou a 45,6%. O aumento foi de 8,1% só na comparação entre setembro e outubro. Os dados divulgados pelo instituto de pesquisas Plano CDE, mostram que entre 45 e 50% das famílias das classes C, D e E recorreram a algum tipo de empréstimo para quitar contas básicas como alimentação e contas de água ou energia. Os dados também demonstram que essas famílias, principalmente as mais carentes, têm recorrido primeiro a empréstimos com parentes, depois bancos virtuais e por último os bancos tradicionais.  A pesquisa também mostra que parte das famílias recorreram a agiotas, que não seguem as regras estabelecidas pelo Banco Central e podem impactar diretamente na renda dos indivíduos endividados.

*Com informações do repórter David de Tarso

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