Moro diz que ‘repudia insinuação leviana’ do TCU sobre atuação em empresa

Procurador solicitou que norte-americana Alvarez & Marsal entregasse documentos para investigação de possíveis práticas ilegais do juiz

  • Por Jovem Pan
  • 29/12/2021 09h15 - Atualizado em 29/12/2021 11h00
Danilo Martins/Divulgação/Podemos Sergio Moro Moro usou redes sociais para falar sobre investigação

O ex-ministro Sergio Moro reagiu nesta terça-feira, 28, à decisão do Tribunal de Contas da União de solicitar à consultoria norte-americana Alvarez & Marsal os documentos relativos ao encerramento do contrato incluindo valores envolvidos no processo de rompimento. Moro disse no Twitter: “Repudio as insinuações levianas do procurador do TCU a meu respeito. Não enriqueci no setor público e nem no privado. Não atuei em casos de conflitos de interesses”, afirmou. O ex-juiz disse, ainda, que trabalhou no setor privado para sustentar a família e destacou: “nunca paguei ou recebi propina, nem fiz rachadinha”. No pedido, o procurador Lucas Furtado solicitava a obtenção de toda a documentação junto à empresa. Ao Conselho Nacional de Justiça e aos tribunais de Justiça, o ministro Bruno Dantas também pediu informações sobre os processos de recuperação judicial em que empresas do grupo Alvarez & Marsal atuam ou atuaram na qualidade de administradora judicial. Ele também solicitou a identificação das respectivas varas e os valores de honorários.

Uma das práticas ilegais apuradas pelo TCU é a chamada “revolving door”, termo em inglês traduzido como “porta giratória” que remete a movimentos circulares em que um servidor público migra para o setor privado na mesma área em que atuava, beneficiando a empresa com acesso a informações privilegiadas. O mesmo vale no caso de empregados da iniciativa privada que assumem postos no governo. O TCU quer apurar se o período em que Moro esteve contratado pela consultoria configura conflito de interesses, já que a Alvarez & Marsal havia sido designada como agente de recuperação judicial da Odebrecht, alvo da Lava Jato, que foi afetada diretamente pelas decisões de Sergio Moro como juiz da operação. Moro assumiu o cargo de consultor após pedir demissão do Ministério da Justiça na gestão de Jair Bolsonaro em abril de 2020. A deputada Janaína Paschoal (PSL-SP) saiu em defesa do pré-candidato à presidência pelo Podemos afirmando: “Goste-se dele ou não, ninguém pode desmerecer o serviço que o ex-juiz prestou à nação. Ele está sendo perseguido por ter chances reais de chegar à presidência e os bolsonaristas que o atacam, indiretamente, prestam serviço a Lula”. A deputada também afirmou que não se pode compactuar com injustiças.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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