Mourão diz que Bolsonaro fez ‘mea-culpa’ e teve ‘grandeza moral’ com carta de recuo

Vice-presidente considera que o caminho está aberto para a retomada do ‘diálogo respeitoso’ entre os Poderes: ‘Cada um atuando na sua esfera’

  • Por Jovem Pan
  • 11/09/2021 08h26 - Atualizado em 11/09/2021 10h56
MARX VASCONCELOS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO O vice-presidente Hamilton Mourão durante coletiva sobre Viagem do Conselho Nacional da Amazônia Legal

O vice-presidente, Hamilton Mourão, disse nesta sexta-feira, 10, que o presidente Jair Bolsonaro fez um “mea culpa” ao divulgar a “Declaração à Nação”. Na carta, o chefe da República disse que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”, em referência a recentes declarações sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Questionado se o clima de paz será mantido, Mourão disse que “não se sabe o que vai acontecer amanhã” e elogiou o chefe do Executivo. “O presidente tomou essa iniciativa, o presidente Bolsonaro teve a grandeza moral e entender e colocou como escrito, usou palavras fortes, que ele foi tomado pela emoção do momento, calor da disputa e fez o seu mea-culpa.” O vice-presidente considera que o caminho está aberto para a retomada do diálogo entre os Poderes.

“Um diálogo respeitoso, cada um atuando na sua esfera e, consequentemente, diminuindo a tensão no país e fazendo com que as pessoas retomem o seu dia normal e deixem de abrir o jornal e de assistir a televisão pensando ‘qual a briga de hoje’. Como tenho fé que isso vai acontecer, vamos prosseguir buscando os objetivos que o governo tem”, afirmou. As declarações de Hamilton Mourão aconteceram em Belém, no Pará, durante o encerramento da visita de um grupo de 11 embaixadores à Floresta Amazônica. O vice-presidente, que é presidente do Conselho Nacional da Amazônia, enalteceu a redução das queimadas ao longo de 2021 e disse que tentou mostrar aos diplomatas a realidade da região.

“Existe a queimada, mas o que quis deixar claro e ressalto isso para os nossos embaixadores é que muitas vezes passa a ideia que a Amazônia está em chamas. Não, tem alguns lugares que estão ocorrendo, mas na maioria dos lugares está bonitinha ali, sem ninguém queimar nada”, ressaltou. Mourão afirmou ainda que o governo “não esconde números” e citou a queda de 32% no desmatamento em agosto. O vice-presidente reconheceu, no entanto, que existe “uma dificuldade” com os sistemas de monitoramento e a separação dos casos em que o corte da vegetação é legal ou ilegal.

*Com informações do repórter Vitor Brown

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