‘Vemos real movimento pela paz no Oriente Médio’, diz cônsul de Israel após acordo com árabes

No entanto, mesmo com a promessa da suspensão do plano israelense de anexar territórios palestinos, as aproximações não foram bem recebidas pelas lideranças palestinas

  • Por Jovem Pan
  • 16/09/2020 05h50 - Atualizado em 16/09/2020 08h17
EFE/EPA/JIM LO SCALZO Os acordos têm o potencial de provocar mudanças geopolíticas: Israel, Emirados Árabes e Bahrein se contrapõem ao regime iraniano, que também é o inimigo número um dos Estados Unidos na região

“Vemos uma mudança de verdade no Oriente Médio a favor da paz”, esta é a avaliação do cônsul-geral de Israel em São Paulo, Alon Lavi, sobre os acordos de paz celebrados entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Bahrein. Após décadas de inimizade, as nações árabes, que são de maioria muçulmana, oficializaram a normalização das relações nesta terça-feira, 15. O ato histórico ocorreu na Casa Branca, em Washington, e contou com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que intermediou as negociações. Para Alon Lavi existem dois eixos no Oriente Médio: o que está aberto para buscar a paz com Israel e o outro, liderado pelo Irã, que defende a continuidade do conflito.

As duas nações se tornaram os primeiros países árabes a estabelecer relações diplomáticas com o governo israelense depois do Egito, em 1979, e da Jordânia, em 1994. Os acordos têm o potencial de provocar mudanças geopolíticas: Israel, Emirados Árabes e Bahrein se contrapõem ao regime iraniano, que também é o inimigo número um dos Estados Unidos na região. No entanto, mesmo com a promessa da suspensão do plano israelense de anexar territórios palestinos, as aproximações não foram bem recebidas pelas lideranças palestinas. No ato desta terça-feira, 15, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, participou da cerimônia ao lado dos ministro das Relações Exteriores dos dois países. Ao celebrar as negociações, Trump afirmou que elas “marcam o amanhecer de um novo Oriente Médio”. O republicano disputa a reeleição em novembro e considera os acordos uma conquista da sua política externa e um impulso para a campanha. Falando aos jornalistas, Trump disse esperar que a Arábia Saudita também normalize as relações com Israel. Ele afirmou que já falou com o rei saudita e que um acordo viria na “hora certa”. A Arábia Saudita é a maior potência econômica da região e é aliada do governo norte-americano.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni

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