Municípios banhados pela represa de Jurumirim sofrem com baixo nível das águas
Atualmente, o nível do reservatório está em 20,9%, quando o aceitável é no mínimo 40%
O desabafo de quem não sabe mais a quem recorrer. “Baixa da represa que todos os anos vem acontecendo a mesma coisa”, conta João Batista, dono de uma marina às margens da represa de Jurumirim, no oeste paulista é o da maioria de quem vive e trabalha em mais de 10 cidades na região de Avaré e não aguenta mais o descaso das autoridades. O local, que abriga uma das principais estâncias turísticas do estado, está sendo duramente castigado pelo baixo nível das águas. As autoridades não tomam nenhuma providência para reverter a dramática situação. Os prejuízos são imensuráveis tanto ao meio ambiente quanto para a economia dos municípios banhados pela represa administrada pela CTG Brasil, braço da multinacional chinesa, China Tree Gorges, responsável pela manutenção da área. A revolta que toma conta dos habitantes já movimenta parlamentares da Câmara Municipal de Avaré. A vereadora do PSD, Adalgisa Ward, afirma que vai entrar com uma petição para que haja a solução do problema. “Nós não proemos deixar a represa ficar no estado em que ela se encontra. temos uma petição que deverá ser assinada por todos, levarei o problema à Câmara e defenderei os interesses da nossa cidade, da nossa represa para que a gente consiga preservar o meio ambiente e consiga todas as melhorias para salvar a represa.”
Atualmente, o nível do reservatório está em 20,9%, quando o aceitável é no mínimo 40%. Em nota, a Agência Nacional de Águas destaca que a bacia do Paranapanema passa por um período de chuvas e vazões significativamente inferiores às médias esperadas. No âmbito da Sala de Crise, reduções das vazões mínimas liberadas pelos reservatórios de Jurumirim e Chavantes têm sido negociadas e monitoradas, sendo efetivamente implementadas sempre que possível, com o objetivo de recuperar os níveis dos armazenamentos ou retardar sua redução. Procurado, o operador nacional do sistema não se manifestou sobre o problema que aflige a todos. João Batista faz um apelo para que cuidem da situação da represa que agoniza com a seca. “Peço gentileza aos órgãos públicos e autoridades que possam tomar providencias. Hoje, a represa está chegando quase 20%, sendo que no mínimo temos que ter 40% dela para fazer uma navegação tranquila. Os turistas vem aqui para curtir a represa e chegando aqui encontram uma calamidade dessa”, diz. A realidade é que moradores de mãos atadas ficam perplexos ao vivenciar e constatar o desprezo e a omissão das autoridades. Abandonada à própria sorte, resta a população orar por São Pedro para mandar água ao local, porque está difícil depender e esperar algo dos órgãos governamentais.
*Com informações do repórter Daniel Lian
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