Na Câmara, Braga Netto nega pressão por voto impresso e ameaça a senadores

Ministro da Defesa garantiu que não há qualquer articulação das Forças Armadas fora da Constituição Federal

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2021 10h49 - Atualizado em 18/08/2021 16h49
Cleia Viana/Câmara dos Deputados Ministro de Estado da Defesa, Walter Braga Netto, fala em audiência na Câmara Questionado pelos deputados, o ministro da Defesa não quis dar opinião sobre mudanças no sistema eleitoral

O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, garantiu que não há qualquer articulação das Forças Armadas fora da Constituição Federal. A declaração foi feita numa audiência nesta terça-feira, 17, na Câmara dos Deputados. Braga Netto foi questionado sobre a conduta dos militares nas eleições do ano que vem e as declarações do presidente Bolsonaro sobre agir “fora das quatro linhas da Constituição”. Em resposta, leu um artigo da lei que define as funções das Forças Armadas e rebateu. “As Forças Armadas cumprem o que está previsto na Constituição. O presidente já me assegurou que será cumprido o que está na Constituição e já me assegurou que jogará dentro das quatro linhas do poder. Então, não existe articulação fora do previsto na Constituição”, disse. Braga Netto também falou sobre a nota do Ministério da Defesa do dia 7 de julho, em resposta ao presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz, que afirmou que “membros do lado podre das Forças Armadas estão envolvidos com falcatruas”.

“Não houve ameaça. Em momento algum a mensagem teve por objetivo desrespeitar o Senado ou os senadores, nem mesmo a ele se referiu. Ao contrário, foi emitido a uma resposta a um pronunciamento pontual considerado desrespeitoso e injusto”, afirmou. O ministro também comentou o desfile militar em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, na semana passada, no mesmo dia da votação da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados. “Ressalto que nunca houve a conotação de pressionar ou ameaçar poderes, grupos ou qualquer pessoa. Os senhores podem ver que isso já estava planejado muito antes, inclusive a votação foi marcada na véspera. Não sabíamos disso e não tínhamos como reverter”, afirmou.

Walter Braga Netto também negou que tenha enviado um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira, dizendo que não haveria eleições em 2022 se o voto impresso não fosse aprovado. “Reitero que não enviei ameaça alguma, não me comunico com presidente dos poderes por intermédio de interlocutores. No mesmo dia, ainda pela manhã, o presidente da Câmara dos Deputados confirmou publicamente que não houve esse episódio. Considero esse assunto resolvido, esclarecido e encerrado”, disse. Questionado pelos deputados, o ministro da Defesa não quis dar opinião sobre mudanças no sistema eleitoral. Braga Netto afirmou que não estava na audiência para dar posições pessoais.

*Com informações do repórter Victor Brown

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