Na Fiesp, Haddad critica orçamento secreto e reclama de ‘cooptação’ de prefeitos em SP

Petista defendeu a urgência de planejamento nas ações públicas e admitiu que qualquer plano de governo precisa de sustentação política

  • Por Jovem Pan
  • 04/08/2022 08h31
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WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO Fernando Haddad Fernando Haddad (PT) busca ser eleito para comandar o Palácio dos Bandeirantes pelos próximos quatro anos

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) deu início às sabatinas dos candidatos ao governo de São Paulo com Fernando Haddad (PT) nesta quarta-feira, 3. O petista defendeu a urgência de planejamento nas ações públicas, admitiu que qualquer plano de governo precisa de sustentação política e lembrou que, nem mesmo na Ditadura Militar, havia Orçamento Secreto no Brasil. “Uma coisa absolutamente inconstitucional. Se é secreto, não é público por definição. A gente fica sabendo apenas à posteriori onde é que o dinheiro foi gasto e não à priori. Ou seja, nós particularizamos o orçamento a um ponto em que o orçamento é do deputado e não do Congresso Nacional. Foi o maior sistema de cooptação de apoio da história do Brasil. Não existe precedente na República. Nem em tempo de ditadura, nem de democracia. Não há precedente do que fizeram com o orçamento público federal”, criticou o candidato a governador. Haddad também questionou a política da troca de partidos dos prefeitos no Estado: “O sistema de cooptação de prefeitos, de mudança de partido de prefeitos, mudar de partido para ganhar um convênio. Que não passavam pelo crivo técnico e não passavam pela noção do que deveria ser feito com o dinheiro público de São Paulo. Quais são as obras hoje de infraestrutura que estão sendo feitas no Estado de São Paulo que não tenham 10 ou 20 anos da data do início?”.

O candidato do PT descartou privatizar a Sabesp e aproveitou para ironizar o domicílio eleitoral do adversário Tarcísio de Freitas (Republicanos): “Vai diminuir o número de players que hoje se associam à Sabesp em múltiplos projetos cidade a cidade. Nós vamos prejudicar o setor privado privatizando a Sabesp, anotem o que eu tô dizendo, é isso que vai acontecer. Outro dia eu estava vendo o Tarcísio, que é bem-vindo a São Paulo, agente vai recebê-lo com muito carinho aqui no Estado, dizendo que ele está arrependido de ter proposto a privatização da Sabesp. Porque certamente chegou a ele a notícia”.

O PT nunca governou o Estado de São Paulo e o PSDB ocupa a cadeira principal do Palácio dos Bandeirantes há praticamente 30 anos. Só Geraldo Alckmin (PSB) foi quatro vezes governador do Estado e Fernando Haddad negou que tenha que calibrar as críticas em relação aos tucanos porque o ex-governador é aliado e vice da chapa de Lula: “O Dória é tão pior que ele facilitou muito a vida da gente”. O petsita foi o primeiro dos candidatos a participar do debate Diretrizes Prioritárias para o Governo do Estado de São Paulo, série de sabatinas realizadas na Fiesp. O candidato poderá contar com o apoio do PROS e PDT no primeiro turno. Após a recusa de Marina Silva (Rede) para ocupar a posição de vice, a chapa ainda definirá um nome. A médica Marianne Pinotti (PSB) é cotada para o posto, mas ainda há uma grande disputa entre as legendas que apoiam o PT.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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