‘Não podemos passar a impressão de que o crime compensa’, diz Nivaldo Restivo sobre soltura de André do Rap
Secretário de Administração Penitenciária de São Paulo falou também sobre a retomada de visitas nos presídios
O Secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, coronel Nivaldo César Restivo, falou em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, desta segunda-feira, 12, sobre a soltura de André do Rap, chefe de uma facção criminosa e suspeito de controlar o tráfico de cocaína para o exterior por meio do porto de Santos. Segundo o secretário, a decisão do ministro Marco Aurélio Mello não focou em um interesse coletivo, mesmo sendo prevista na “leitura fria” da lei.
“Ele ficou 391 dias preso durante todo esse período. Isso representa 4,1% do total da pena dele de mais de 25 anos de prisão. Então a gente não pode passar para o mundo a impressão de que no Brasil o crime compensa”, afirmou o secretário. Ele anunciou que o governador João Doria determinou a criação de força-tarefa para tentar a captura do homem, que encontra-se foragido após revogação do habeas corpus. “A gente torce, acredita que esse trabalho leve à recaptura”, disse, considerando a soltura como um “desperdício” do trabalho empenhado pelo governo do Estado na prisão de André.
O secretário comentou, também, sobre a volta das visitas a presos do sistema carcerário de São Paulo. Segundo Nivaldo César Restivo, um plano de retomada gradual deverá ser feito após a derrubada de oito decisões judiciais que impedem as visitas. “Tão logo sejam reformuladas, nós implantaremos [a retomada] com restrições”, afirmou. Entre as restrições previstas pelo governo de São Paulo estão a redução de visitantes para um por preso, a divisão de pavilhões e visitas de acordo com fins de semana e a diminuição de pessoas circulando dentro das unidades.
André do Rap foi solto por decisão do ministro Marco Aurélio Mello no sábado, 10, e teve benefício revogado pelo ministro Luiz Fux poucas horas depois. Ele foi preso no mês de setembro de 2019 em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, por suspeita de coordenar envio de drogas de São Paulo para a Europa por meio de cargas no porto de Santos.
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