Sócio de escritório que pediu soltura de André do Rap foi assessor de Marco Aurélio por 2 anos
Ministro do STF foi responsável por liminar que libertou homem apontando como uma das principais lideranças do PCC
O escritório de advocacia que protocolou o pedido de soltura do traficante André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, tem como sócio um ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello. O magistrado foi o responsável pela liminar que liberou o homem apontado como um dos principais líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), e que atualmente está foragido. O pedido foi assinado pela advogada Ana Luísa Gonçalves Rocha, sócia de Eduardo Ubaldo Barbosa no escritório Ubaldo Barbosa Advogados, com sede em Brasília. Eduardo trabalhou no gabinete de Marco Aurélio entre 2018 e 2020, totalizando dois anos e dois meses. Em fevereiro deste ano, ele postou uma mensagem de despedida e agradecimento à equipe do ministro. “Após biênio de riquíssimo aprendizado, despeço-me dos colegas que fizeram deste período no Supremo mais do que uma experiência profissional. Na foto, à guisa de agradecimento, assessores de ontem e de hoje do gabinete do Ministro Marco Aurélio”, escreveu. A informação foi revelada pela revista Crusoé e confirmada pela reportagem da Jovem Pan.
André do Rap foi libertado no fim da manhã de sábado, 10, após cumprimento da liminar de Marco Aurélio, que considerou a sua prisão ilegal por ele estar encarcerado desde 2019 sem sentença condenatória definitiva. A medida foi revogada pelo presidente da Corte, ministro Luiz Fux, que atendeu a um pedido apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a volta “imediata” do traficante à prisão. Ao suspender a determinação de Marco Aurélio, o atual presidente do STF destacou que deixar o chefe do PCC solto comprometeria a ordem pública porque André do Rap é uma pessoa “de comprovada altíssima periculosidade”. O homem, no entanto, não foi localizado nos endereços que informou ao sair da penitenciária de Venceslau Brás, no interior de São Paulo, e é considerado foragido da Justiça. Ainda na noite de sábado, a Polícia Civil de São Paulo montou uma operação para recapturar o traficante. Em nota, a Secretária de Segurança Pública do Estado (SSP), afirma que a força-tarefa inclui policiais dos departamentos Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e de Operações Policiais Especiais (DOPE).
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