‘Não temos tempo hábil para implantar o voto impresso em 2022’, diz deputado
Para Hildo Rocha, é ‘inexequível’ aprovar uma obrigação constitucional sabendo que o Tribunal Superior Eleitoral não vai cumprir por falta de tempo: ‘Não podemos ser irresponsáveis’
A Câmara dos Deputados deve votar nesta terça-feira, 10, a PEC do voto impresso. Após derrota do parecer do deputado Filipe Barros, relator da matéria, na comissão especial na semana passada, o presidente Arthur Lira resolveu levar o tema ao plenário, para que a decisão final seja dos 513 parlamentares da Casa. Segundo o deputado federal Hildo Rocha, a proposta que deve ser votada é a da deputada Bia Kicis, que deu origem à discussão, e que coloca o voto impresso como possibilidade para uma auditoria do resultado das eleições. “O que o Filipe queria era totalmente diferente do que a Bia quer, então teria condições de prosperar. Era coisa maluca, coisa de doido, não tinha sentido algum. Acredito que tenha sido proposto apenas para bagunçar o sistema eleitoral. Mesmo com a proposta da Bia Kicis, não temos mais tempo hábil para implantar [voto impresso] no ano de 2022. Não dá mais tempo. Sabemos que para fazer compras pelo serviço público é muito demorado e faltam apenas 14 meses para as eleições”, pontuou o parlamentar em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 9.
Para Hildo Rocha, o entendimento é que o voto impresso dificilmente será aprovado. “Será derrotada. Esse texto não tem como ser agregado à Constituição, porque ele vai impor a obrigatoriedade do voto impresso no ano que vem e não temos mais como implementar. Temos que ver o lado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não ver apenas o desejo das pessoas. É inexequível colocar na Constituição Federal uma obrigação para o TSE que sabemos que não vai cumprir porque não tem tempo. […] Não podemos ser irresponsáveis e criar problemas para a sociedade brasileira”, defendeu o deputado, que considera correta a postura de Arthur Lira de propor que o tema seja amplamente debatido pela Casa. “Regimentalmente é possível e ampara a atitude de Lira. Ele fez a ação correta, inclusive politicamente”, completou o político, que é contra a matéria por “facilitar a quebra do sigilo do voto e facilitar as fraudes”.
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