Não vou fazer valer da prerrogativa de secretário para me favorecer, diz Gorinchteyn

Segundo o secretário da Saúde do Estado de São Paulo, a prioridade para receber a vacina contra a Covid-19 é dos profissionais mais expostos ao coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 23/01/2021 10h26 - Atualizado em 23/01/2021 11h59
MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO O secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, falando ao microfone durante coletiva de imprensa Jean Gorinchteyn garantiu que São Paulo também receberá doses do imunizante de Oxford

O secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou neste sábado, 23, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, que não vai se imunizar antecipadamente contra a Covid-19. O secretário, que é médico, conta que trabalha diariamente com pacientes infectados pela doença. No entanto, segundo ele, a prioridade para vacinação deve ser dos profissionais que atuam por mais tempo no enfrentamento da pandemia. “Antes de ir para o Palácio eu faço visitas e atendo pacientes com Covid-19. Mas quem tem mais risco? Eu que passo visitas em número de horas menor ou quem passa 12 horas [em atendimento]? Como temos escassez de vacinas, nada mais humano e de bom senso que deixar [a imunização] para quem está 12 ou 24 horas se expondo. Não vou fazer valer da prerrogativa de secretário para me favorecer”, disse.

Ainda sobre a imunização no país, Jean Gorinchteyn afirmou que imaginava que outras autoridades teriam a mesma atitude de garantir a imunização prioritária dos trabalhadores da saúde. De acordo com ele, todos os hospitais de São Paulo foram orientados para seguir o ritual de fornecer as doses para “profissionais na linha de frente, que estejam em uma unidade de terapia intensiva, no pronto socorro ou em enfermarias cuidando de pacientes com a Covid-19 ou com suspeita”. “O Ministério Público está investigando as instituições que trouxeram a parte administrativa para receber vacina antes de profissionais que deveriam estar protegidos porque estão na linha de frente. Não podemos perder esses profissionais”, afirmou, reforçando quando o Brasil enfrentando momento de aumento de casos, óbitos e internações pela doença.

Ao ser questionado sobre a possibilidade do Instituto Butantan começar a produzir os insumos para a CoronaVac, o secretário lembrou que há uma transferência de tecnologia em curso que irá possibilitar a produção nacional da vacina. Enquanto isso não acontece, Jean Gorinchteyn garantiu que São Paulo também receberá doses do imunizante de Oxford, que começam a ser distribuídas neste sábado.

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