Natal do Reino Unido pode ter ‘brecha’ no lockdown para comemorações

Especialistas indicam que, para cada dia de relaxamento, outros cinco de regras duras serão necessários para compensar

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 19/11/2020 08h10
REUTERS/Pascal Rossignol/File Photo Pessoas na rua Dias de celebração em dezembro devem acabar custando mais um mês de quarentena para o Reino Unido

Os britânicos já começam a se preparar para a ceia de Natal cientes de que o lockdown em curso no país provavelmente será estendido. Os rumores na imprensa local indicam que o governo conservador de Boris Johnson deve abrir brecha específica para as festas de fim de ano. Pessoas de até três endereços diferentes devem ser liberadas para se encontrar durante a ceia de Natal — pelas regras em vigor no momento o encontro com moradores de residências diferentes está proibido. Essa flexibilização, no entanto, vai ter um custo.

Os especialistas do governo afirmam que, para cada dia de relaxamento nas regras de distanciamento social, outros cinco de regras duras são necessários para compensar. Portanto, os dias de celebração em dezembro devem acabar custando mais um mês de quarentena para o Reino Unido. Até por isso a expectativa pelo início das campanhas de vacinação é enorme. Os britânicos registraram na quarta-feira, 19, 529 mortes causadas por Covid-19 em 24 horas. A Itália reportou 753 fatalidades.

Vacina 

A expectativa pela conclusão da vacina de Oxford cresceu um pouco mais com a divulgação de dados importantes da fase 2 de desenvolvimento. O imunizante, que está sendo fabricado pela Fiocruz no Brasil, produziu forte resposta também nos grupos acima de 60 e 70 anos. Os dados foram divulgados na publicação científica Lancet. Três outras vacinas — a Sputnik, a Moderna e Pfizer/BioNtech — já anunciaram dados preliminares da fase 3. Na Grã Bretanha — e, por tabela, também no Brasil — é a vacina de Oxford que pode mudar o jogo contra o Covid nas próximas semanas, porque é muito mais barata que as concorrentes da Alemanha e dos Estados Unidos.

Ela já está sendo produzida em larga escala para os britânicos. A conclusão dos estudos de Oxford é considerada iminente, mas ainda não há uma data específica. Os pesquisadores afirmam que os resultados finais estarão prontos antes do Natal. O número menor de contaminações na Inglaterra durante o verão na Europa acabou afetando o andamento das pesquisas — até que o país foi, infelizmente, atingido pela segunda onda, o que de certa forma permitiu uma aceleração do processo, uma vez que os cientistas precisam testar pessoas que estão sendo expostas ao vírus.

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