Nelson Teich defende união entre governos para o combate à Covid-19

Segundo o ex-ministro, o Brasil precisa de um planejamento nacional para conter a transmissão do coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 16/03/2021 08h09 - Atualizado em 16/03/2021 09h50
Alan Santos/PR Nelson Teich é ex- ministro da Saúde O ex-ministro lembra que os países com mais sucesso no combate ao coronavírus controlaram a transmissão do coronavírus

O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, reforça o descontrole da Covid-19 e diz que nunca o país precisou tanto da união de todas as esferas de governo. “A gente nunca precisou, no sistema de saúde, de um trabalho tão integrado entre municípios, Estados e o governo federal. Essa capacidade de trabalhar junto, de todo mundo olhando na mesma direção, ter um planejamento nacional”, disse. Ele avalia que ninguém sabe onde a doença poderá chegar no país. “Se você comparar, por exemplo, o que aconteceu, a quantidade de mortes do Reino Unido comparando as populações, a quantidade de pessoas que podem morrer é muito maior, três, quatro mil pessoas. É importante que a gente não sabe nem onde isso pode chegar, nem quando isso vai acabar.”

Nelson Teich ressalta os impactos no comportamento da economia. “Você fechar a noite, fechando no final de semana, certamente, você vai trazer algum benefício. Mas tenho que entender exatamente qual o horário que tenho maior transmissão. Se essa transmissão maior for de segunda à sexta durante o dia, por mais que tenha algum impacto fazendo uma mudança a noite e no final de semana, não vou conseguir mudar a história natural da doença, não vou conseguir mudar o que está acontecendo. A gente tem que ter informações sobre as variantes, como elas estão evoluindo, como elas evoluem no Brasil, como se espalham, qual a sensibilidade delas às vacinas, a infecção prévia”, afirmou o médico, que teve uma passagem relâmpago no governo de Jair Bolsonaro. O ex-ministro lembra que os países com mais sucesso no combate ao coronavírus controlaram a transmissão, que envolve desde os testes, quarentena e mudança de comportamento das pessoas, enquanto a vacinação não atinge a grande maioria da população.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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