No Dia Mundial de Combate ao Bullying, professores alertam para redes sociais e aumento de casos no pós-pandemia

Pesquisa de 2019 do IBGE revelou que mais de 40% dos estudantes brasileiros sofrem, ou já sofreram, com a prática caracterizada pela provocação ou intimidação no ambiente escolar

  • Por Jovem Pan
  • 20/10/2022 10h33 - Atualizado em 20/10/2022 10h35
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Pixabay/ Wokandapix bullying-jovem-triste-pixabay-Wokandapix Professores alertam para aumento dos casos de bullying após o retorno às escolas no pós-pandemia

Nesta quinta-feira, 20, é o Dia Mundial de Combate ao Bullying, prática que impacta muitas crianças e jovens em escolas, que deveriam ser um local de aprendizado, desenvolvimento e socialização. Infelizmente, o ambiente escolar também pode ser cruel quando um grupo estigmatiza alunos por não se encaixarem em um determinado padrão. Uma pesquisa de 2019 do IBGE revelou que mais de 40% dos estudantes brasileiros sofrem, ou já sofreram, com a prática caracterizada pela provocação ou intimidação. Em entrevista à Jovem Pan News, o professor de Português Wagner Pereira observou que após a pandemia o bullying aumentou em sala de aula, já que os estudantes voltaram com muita energia, inclusive para discriminar: “Eu trabalho em uma escola estadual, e lá tem muito bullying com os bolivianos, pessoas que são de outra nacionalidade. Então, eles acabam tirando sarro e rebaixando pelo fato de ser bolivianos, de serem de outras culturas. Além de estereotiparem outros tipos, como os alunos mais obesos, os mais tímidos e tentando colocá-los sempre de uma maneira vexatória perante os demais”.

Não é de hoje que crianças e jovens têm que lidar com o bullying, ainda que a nomenclatura seja recente. Porém, especialistas advertem que as redes sociais aumentaram a gravidade de muitas situações, já que os ataques não ficam mais circunscritos às escolas e rapidamente se espalham pelo meio virtual. O advogado especialista em direito anti-bullying, Juliano Duarte, fez um apelo para que pais e educadores fiquem atentos, busquem ajuda de profissionais da saúde mental e, se for o caso, até mesmo no âmbito legal: “Isto causa traumas, muitas vezes irreversíveis, para a pessoa. Traumas por questões psicológicas, fora a questão jurídica do dano moral, que também é levado a efeito. E também a questão de um eventual crime, porque o bullying também tem o viés de responsabilidade criminal, para os menores de idade ato infracional”.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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