No Guarujá, Bolsonaro rebate críticas à indicação de Kassio Nunes ao STF

Presidente falou em transmissão ao vivo com apoiadora sobre pontos polêmicos levantados por bolsonaristas após anúncio do nome de Kassio Nunes ao cargo

  • Por Jovem Pan
  • 12/10/2020 08h12 - Atualizado em 12/10/2020 08h44
Alex Silva/Estadão Conteúdo Bolsonaro falou com apoiadora no Guarujá

O presidente Jair Bolsonaro passou o fim de semana no litoral paulista, onde também está no feriado de Nossa Senhora Aparecida, celebrado nesta segunda-feira, 12. No Guarujá, ele passeou de moto, passou pela praia, abraçou e tirou fotos com simpatizantes e fez uma live com uma apoiadora. Bolsonaro também voltou a comentar a indicação de Kassio Nunes Marques ao Supremo Tribunal Federal. Ele disse que após o ministro Celso de Mello comunicar a aposentadoria, tinha dez currículos na mesa, mas que só isso não é suficiente para receber a indicação.

“Eu não vou indicar o cara só pelo currículo, vai chegar lá, vai ser o dono de si? Ele tem que ser independente, tudo bem, mas tem que ter essa afinidade comigo. Essa afinidade comigo ele tem através da tubaína ou da coca-cola. Se a gente está tomando refrigerante junto, nós já temos coisas em comum para discutir: a questão do aborto, da família, armamento, política externa”, afirmou o presidente em transmissão ao vivo com apoiadora.

Apesar de ter uma maioria confortável dos senadores, Kassio Nunes Marques segue enfrentando resistências no núcleo bolsonarista e em parlamentares ligados às pautas da Lava Jato. Decisões passadas tidas como polêmicas e a ligação do desembargador com políticos do centrão são apontados como motivos de desconfiança. Jair Bolsonaro defendeu o indicado. “Ele votou para o Batisti ficar no Brasil?”, questionou o presidente à apoiadora. “Quem decidiu quem foi? O pleno do STF”, disse. “O negócio das lagostas?”, perguntou a apoiadora. “É a lisura da licitação”, respondeu.

O presidente também rebateu o fato de Kassio Marques ter sido indicado ao TRF-1 pela então presidente Dilma Rousseff. Para ele, o simples fato de ter sido indicado ou ter trabalhado em governos petistas não invalida a nomeação. “Em 14 anos de PT tem muita gente boa que passou pelo governo do PT e a gente não vai pegar e falar ‘ó, você trabalhou, está fora’. Eu sempre vejo lá a questão da produtividade dela. Se querer fazer politicalha trabalhando é não na certa”, avaliou o presidente.

Kassio Nunes Marques vai ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado no dia 21. No mesmo dia, ele deve ter o nome votado pela CCJ e pelo plenário, necessitando apenas de maioria simples para ser aprovado. Enquanto isso, nos próximos dias, ele seguirá em contato com os senadores para conquistar o maior número possível de apoios. Líderes do governo acreditam em uma aprovação por quase unanimidade.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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