‘Nunca tive compromisso de indicar Moro ao STF’, diz Bolsonaro
Presidente disse que o rival político, quando foi ministro da Justiça, só aceitaria a troca do diretor da PF depois de ser indicado à Suprema Corte
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira, 19, que nunca prometeu indicar o ex-ministro da Justiça Sergio Moro ao Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dada em entrevista ao programa ‘Os Pingos Nos Is’. “Ele ficou por 16 meses no governo. Ele pediu para sair. Um ponto que levou ele a tomar a decisão foi que eu queria nomear o diretor geral da Polícia Federal, que é o direito por lei. Os secretários dele, ele nomeava lá, esse diretor geral, diz a lei que é o Presidente da República quem indica. Ele indicou e eu achava que tinha que ser trocado, ele não queria e dado momento ele falou ‘o senhor troca em setembro de 2020 quando me indicar para o Supremo Tribunal Federal’. Eu nunca tive esse compromisso com ele”, declarou Bolsonaro.
O presidente afirmou ainda que a postura de Moro no cargo não era boa para o governo. “Quem sugeriu o Moro foi o Paulo Guedes, mas não estou me eximindo de culpa, porque eu sou o responsável quando eu aceito uma indicação. Agora, ele tinha uma postura bastante independente. Ele raramente sorria para os ministro, apertava a mão, contar uma piada, então, era quase impossível perto dele, mesmo em momento relaxamento. Então, a produtividade aumentou e muito com a troca de ministros”, criticou.
Bolsonaro disse que não pretende atacar Sergio Moro na campanha eleitoral de 2022, mas apresentar falhas do ex-subordinado. “A população que vai dizer se ele leva jeito ou não, se pode confiar nele ou não. Eu não pretendo fazer nenhuma campanha metendo o dedo na cara de ninguém. Eu vou apontar as falhas. Eu acho que o senhor Sergio Moro fez um bom trabalho na questão da Lava Jato, teve alguns excessos pelo que tudo indica, não tenho como comprovar isso. Ele botou o Lula na cadeia, foi atrás da questão da Petrobras. Não adianta o Lula falar que não houve roubalheira, porque houve, senão um dos delatores não teria devolvido R$ 100 milhões de reais. Então foi um combate à corrupção positivo, lá atrás. Mas, como ministro aqui, a postura dele não não agradava a gente”, finalizou.
*Com informações do repórter João Vitor Rocha
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