EUA: Obama critica Donald Trump durante discurso em funeral
Durante o evento, o ex-presidente também repreendeu a sugestão de Trump de adiar as eleições deste ano, marcadas para novembro
O ex-presidente norte-americano Barack Obama fez um dos discursos mais rígidos contra o atual mandatário do país. Sem mencionar o nome de Donald Trump, o democrata disse que “há pessoas no poder que estão se esforçando para desencorajar a população a votar, fechando os locais de votação e visando minorias”. Ele também condenou a forma com que agentes federais têm lidado com as manifestações nos Estados Unidos. Obama lembrou a morte de George Floyd, asfixiado por um policial branco em Minneapolis no final de maio, que desencadeou uma série de atos contra o racismo. As críticas foram feitas nesta quinta-feira, 30, durante o funeral de John Lewis, ativista negro dos direitos civis norte-americanos que lutou ao lado de Martin Luther King. Em uma cerimônia com maioria negra, o democrata foi aplaudido de pé pelos presentes. John Lewis faleceu no dia 17 deste mês, em decorrência de um câncer no pâncreas.
Durante o evento, Obama também repreendeu a sugestão de Trump de adiar as eleições deste ano, marcadas para novembro. Ele disse que “pessoas no poder atacam o direito ao voto com precisão cirúrgica, até mesmo minando o serviço postal, às vésperas das eleições” e completou afirmando que “será preciso usar votação por correios para que as pessoas não adoeçam”, se referindo à pandemia da Covid-19. Na quinta-feira, o presidente norte-americano fez uma publicação no Twitter defendendo o adiamento do pleito, dizendo que a votação pelos correios pode culminar na “eleição mais imprecisa e fraudulenta da história”.
O ex-presidente George Bush também se pronunciou no funeral de John Lewis. Ele ressaltou as discordâncias que teve com o ativista, mas garantiu que o povo americano vive em um país melhor e mais nobre graças a ele. O democrata Bill Clinton, antecessor de Bush, lembrou a habilidade de Lewis em lidar com as adversidades e afirmou que “ele acreditava que a mão aberta era melhor do que o punho cerrado”. O presidente Donald Trump não esteve presente no evento, mas fez uma publicação prestando solidariedade à família de da Lewis.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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