Resolução da ONU condena o racismo sistêmico, sem mencionar EUA
O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas aprovou, nesta sexta-feira (20), o pedido por investigações de “racismo sistêmico” e violação dos Direitos humanos da população africana e descendentes. O documento final pede atenção especial ao assassinato do norte-americano George Floyd por um policial branco, incidente que desencadeou ondas de protestos antirracistas principalmente nos Estados Unidos.
Em um discurso na abertura das discussões, o irmão de Floyd, Philonise, pediu que fosse instalada uma comissão internacional para fazer justiça e ajudar a população preta no país.
A criação de uma Comissão Internacional ficou de fora do texto final, assim como menções diretas aos Estados Unidos. Washington deixou o Conselho em 2018, mas pressionou, por meio de aliados, para que o país não fosse citado nominalmente. As críticas às menções diretas vieram de representantes de nações como França, Reino Unido e Brasil.
A diretora de programas da Conectas Direitos Humanos, Camila Asano, afirma que ainda há pressão por mudanças no território estadunidense. A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, deve apresentar um relatório com dados sobre racismo e violência policial contra africanos e afrodescendentes.
O acordo desta sexta prevê ainda a análise de denúncias de força excessiva contra jornalistas e manifestantes pacíficos. A diretora de programas da Conectas Direitos Humanos, Camila Asano, afirma que o Brasil deve passar por averiguações.
A proposta foi feita, em caráter de urgência, por países africanos após o assassinato de Floyd e aceito pelos 47 membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
*Com informações da repórter Nanny Cox
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