Países da Europa voltam a impor regras e tornam a vacina contra a Covid-19 obrigatória
Portugal é um dos com maior taxa de imunização, com 89,7% da população vacinada com duas doses
Em meio à crescente onda de novos casos de Covid-19, o governo da Itália decidiu tornar a vacina obrigatória para maiores de 50 anos. A regra passa a valer a partir do dia 1º de fevereiro e vai até 15 de junho. Quem descumprir a medida terá que pagar uma multa que pode chegar a € 1,5 mil, além da suspensão de salários. O passaporte da vacina já era obrigatório no país para professores e profissionais da área da saúde desde outubro do ano passado. Enquanto isso, na França, o presidente Emmanoel Macron disse que irá apertar o cerco aos não vacinados. A partir do dia 15 de janeiro será obrigatório apresentar o certificado da vacina para entrar em restaurantes, cafés, teatros e cinemas. A Áustria foi o primeiro país europeu a anunciar que irá tornar a vacina obrigatória para toda a população, mas a regra entrará em vigor em fevereiro. Na Grécia, a medida começa a valer no dia 16 de janeiro, mas apenas para pessoas com mais de 60 anos. A Alemanha também estuda tornar a vacina obrigatória.
Em Portugal o sistema home office foi estendido até o dia 14 de janeiro, de olho na saúde mental, social e psicológica, segundo afirma autoridades portuguesas. As aulas voltam presencialmente na próxima segunda-feira, 10 de janeiro. O certificado da vacina continua sendo obrigatório para entrar em restaurantes, medida que também será adotada pelas discotecas, cuja reabertura está marcada para o dia 14 deste mês. Por outro lado, o governo dispensou a quarentena para pessoas que tomaram a dose de reforço da vacina e tiveram contato com casos positivos.
O mundo tem enfrentado um tsunami de novos casos da doença. A primeira semana de 2022 foi avassaladora. Muitos países da Europa além dos Estados Unidos registraram recordes do número de novos casos de Covid-19 desde o início da pandemia. Em apenas quatro dias foram mais de dez milhões de novos contágios pelo mundo. A maioria dos casos está relaciona com a variante Ômicron. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a cepa não pode ser considerada leve. Segundo um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Hong Kong, a Ômicron se multiplica 70 vezes mais rápido nas vias aéreas, se comparada à variante Delta. Sobre a velocidade da transmissão do vírus, o pneumologista Felipe Fróes alerta para o impacto da Ômicron no continente europeu. “Criou-se uma falsa ideia de que a variante Ômicron era uma variante benigna e de que não tinha impacto. Mas é evidente que a variante Ômicron também provoca doença grave. E nós temos assistido doença grave no continente europeu. Em números absolutos, temos mais doentes infectados, em proporção menos graves, mas, em números absolutos, mais doentes do que antigamente”, disse.
O pneumologista Felipe Fróes atua na linha de frente da doença e explica os fatores que distinguem a ação do vírus nos mais diversos países. “É evidente que, em relação ao hemisfério de saúde, nós no hemisfério norte, neste momento, estamos a viver o inverno. Temos circulação de outros vírus respiratórios. Quando fazemos comparação do continente europeu com outras zonas do globo, nós temos que perceber que temos uma idade média maior, portanto temos pessoas mais velhas, com mais fatores de risco, com mais comorbidades, em pleno inverno e com diferentes taxas de cobertura vacinal entre países”, disse.
A vacinação segue em diferentes ritmos. Portugal é um dos países com maior índice entre os imunizados, 89,7% receberam as duas doses. O reforço foi aplicado em 31,4% da população. O pneumologista destaca a adesão dos portugueses à campanha de imunização, principalmente os idosos. “Vacinação, por exemplo, em Portugal que se iniciou no dia 27 de dezembro de 2020. Até novembro de 2021, a vacinação em Portugal salvou 14,22 mil pessoas com mais de 60 anos. Com uma das maiores taxas de vacinados no mundo, mesmo diante da explosão de novos casos, Portugal reduziu em 70% o número de óbitos.
*Com informações da repórter Gabriela Zottis
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