Pandemia diminui casos de doenças respiratórias entre crianças, mas pais devem ficar atentos

O isolamento social e a o fechamento das escolas são apontados como as principais causas para a diminuição dos registros

  • Por Jovem Pan
  • 06/08/2020 07h37 - Atualizado em 06/08/2020 07h59
MARCO AMBROSIO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO A principal recomendação dos especialistas é que os pais não deixem de procurar os hospitais quando for necessário

A Rafaela Honorato é professora e mãe de três filhos pequenos. Ela já sabe que quando o inverno se aproxima, as crianças vão precisar ir ao médico por causa de uma gripe ou de alguma doença respiratória. Mas, neste ano, a situação foi diferente. “Todo ano as crianças aqui em casa tomam em média de duas a três vezes de antibiótico. Nesse ano, já estamos quase encerrando o ano, e foi apenas uma vez de antibiótico. Inclusive um dos filhos não tomou nenhuma vez antibiótico”, comemora a mãe. O caso de Rafaela não é o único. No inverno dos anos anteriores o pronto socorro do hospital Municipal Infantil Menino Jesus costumava ficar lotado, não era incomum que as filas se formassem do lado de fora do hospital. No entanto, nos últimos meses as salas de espera têm fica vazias. Em maio do ano passado, foram 5.700 atendimentos contra 950 em 2020. Segundo o diretor do hospital Municipal Infantil Menino Jesus, doutor Antonio Carlos Madeira de Arruda, a pandemia do coronavírus explica a menor demanda nos prontos-socorros. “A preocupação que s pessoas estão tendo, o medo que estão tendo em entrar em um ambiente hospitalar faz com que elas deixem de procurar. Outro motivo é que o isolamento social e o fechamento das escolas tem diminuído a circulação do vírus e as ocorrências de doenças respiratórias”, explica.

A mesma situação acontece nos hospitais particulares, como explica o gerente do departamento materno-infantil do Hospital Israelita Albert Einstein. O médico Linus Pauling Fascina diz que o fechamento das fronteiras também contribuiu para a queda no número de atendimentos. “Não houve mais essa circulação. Então não aconteceu a alimentação de novos vírus chegando e permitindo que eles estivessem em nosso meio”, afirma. A principal recomendação dos especialistas é que os pais não deixem de procurar os hospitais quando for necessário. O atendimento é importante para que o diagnóstico e o tratamento sejam os mais adequados.

*Com informações da repórter Nicole Fusco

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