Pantanal perde área alagada e está mais seco, aponta Mapbiomas
Em 32 anos, bioma saiu de 5,9 milhões de hectares de terras de inundação para 1,5 milhão em 2020
Em 1988, na primeira cheia analisada pelo Mapbiomas, o Pantanal tinha 5,9 milhões de hectares de terras alagadas. Em 2018 esse número caiu para 4,1 milhões de hectares. E em 2020: 1,5 milhão de hectares. Os dados são do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil. Localizado na bacia hidrográfica do alto Paraguai, o Pantanal é uma das maiores extensões alagadas contínuas do planeta. E segundo o pesquisador Eduardo Rosa, o bioma tem sofrido com a diminuição de chuva nas cabeceiras dos rios que comandam o fluxo de inundação. “Esse ciclo de inundação garante um pouco da vida do Pantanal, de renovar a biodiversidade em termos de flora e tornar o ambiente mais sustentável. O ciclo do Pantanal é necessário para que ele permaneça com essa vegetação exuberante, que é o que conhecemos. Essa questão da seca e o aumento de incidências de queimadas preocupa muito.”
O fogo já atingiu 57% do Pantanal. Em 2020, foram mais de 2,3 milhões de hectares queimados, perdendo apenas para o registro do ano de 1999 quando as queimadas se espalharam por 2,5 milhões de hectares. O estudo aponta também para o crescimento da atividade econômica na região pantaneira: um avanço de 261% entre 1985 e 2020. “A gente teve uma perda de 2,5 milhões de hectares de floresta e 2,3 milhões de hectares de savana, são áreas de vegetação natural que foram substituídas por áreas de pastagem e agricultura”, disse. Segundo o pesquisador Eduardo Rosa, é preciso incentivo para conservação do solo, de forma que os proprietários consigam minimizar os impactos agrícolas, assim como recuperação das áreas desmatadas, especialmente as que ficam às margens dos rios.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
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