Pantanal perde área alagada e está mais seco, aponta Mapbiomas

Em 32 anos, bioma saiu de 5,9 milhões de hectares de terras de inundação para 1,5 milhão em 2020

  • Por Jovem Pan
  • 02/10/2021 08h42 - Atualizado em 02/10/2021 12h44
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Pantanal Fogo já atingiu 57% do Pantanal; em 2020, foram mais de 2,3 milhões de hectares queimados

Em 1988, na primeira cheia analisada pelo Mapbiomas, o Pantanal tinha 5,9 milhões de hectares de terras alagadas. Em 2018 esse número caiu para 4,1 milhões de hectares. E em 2020: 1,5 milhão de hectares. Os dados são do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil. Localizado na bacia hidrográfica do alto Paraguai, o Pantanal é uma das maiores extensões alagadas contínuas do planeta. E segundo o pesquisador Eduardo Rosa, o bioma tem sofrido com a diminuição de chuva nas cabeceiras dos rios que comandam o fluxo de inundação. “Esse ciclo de inundação garante um pouco da vida do Pantanal, de renovar a biodiversidade em termos de flora e tornar o ambiente mais sustentável. O ciclo do Pantanal é necessário para que ele permaneça com essa vegetação exuberante, que é o que conhecemos. Essa questão da seca e o aumento de incidências de queimadas preocupa muito.”

O fogo já atingiu 57% do Pantanal. Em 2020, foram mais de 2,3 milhões de hectares queimados, perdendo apenas para o registro do ano de 1999 quando as queimadas se espalharam por 2,5 milhões de hectares. O estudo aponta também para o crescimento da atividade econômica na região pantaneira: um avanço de 261% entre 1985 e 2020. “A gente teve uma perda de 2,5 milhões de hectares de floresta e 2,3 milhões de hectares de savana, são áreas de vegetação natural que foram substituídas por áreas de pastagem e agricultura”, disse. Segundo o pesquisador Eduardo Rosa, é preciso incentivo para conservação do solo, de forma que os proprietários consigam minimizar os impactos agrícolas, assim como recuperação das áreas desmatadas, especialmente as que ficam às margens dos rios.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

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