Paulo Guedes diz que adversários ‘subiram em cadáveres’ para fazer política na pandemia

Ministro da Economia concedeu entrevista ao podcast Flow na última terça-feira para falar sobre seu próprio trabalho nos últimos anos

  • Por Jovem Pan
  • 28/09/2022 08h23 - Atualizado em 28/09/2022 11h45
FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Paulo Guedes participa de evento Ministro da Economia, Paulo Guedes concedeu entrevista sobre seu trabalho no governo Bolsonaro nos últimos anos

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 27, que pessoas “subiram em cadáveres” para fazer política durante a pandemia. Para ele, faltou humanidade aos políticos de oposição ao governo Bolsonaro. “Infelizmente, se abateu sobre nós uma tragédia humanitária de proporções nunca vistas, chegou a Covid-19. E o que mais me impressionou durante a pandemia foi como as pessoas subiram em cadáveres para fazer política. Em vez de ajudar o Brasil, houve gente sabotando, atacando por trás, difamando, em vez de nos ajudar a fazer a coisa certa. Isso me impressionou muito, a falta de humanidade, de solidariedade, de fraternidade, disfarçada de vontade de ajudar”, declarou. Sobre as críticas que recebeu por não ter cumprido todas as promessas a respeito das privatizações, o ministro da Economia culpou a classe política: “Se você chegar para um político e falar assim ‘vamos vender’. Aí ele diz assim: ‘No primeiro ano, a gente faz um projeto de privatização, no segundo ano a gente luta muito e consegue aprovar, no terceiro ano reduz a dívida e no quarto ano vai baixar um pouquinho os juros, eu já perdi a eleição. Não serve’. Ou seja, quando você reduz você ajudou as futuras gerações, seus filhos e netos. Você está salvando seus filhos e netos. Mas o político não consegue enxergar tão longe porque ele tem que ser eleito daqui a quatro anos”, critiou.

Paulo Guedes defendeu que vender os ativos do Estado brasileiro deve ser prioridade para o país se desenvolver. “O Estado tem uma fortuna em imóveis, em empresas, que as vezes dão prejuízo, desvio de recursos, aparelhamento político etc, e, do outro lado, tem um dívida monumental de R$ 5 tri ou R$ 6 trilhões. Bom, no fundo, se eu fizesse um casamento, a dívida era pequenininha, os juros eram baixinhos e estava tudo certo. Então quando a gente fala assim ‘Paulo Guedes não conseguiu privatizar’, eu consegui privatizar mais de R$ 300 bi”, disse.

O ministro também culpou a classe política pelo fracasso da economia brasileira nas últimas décadas. Para Guedes, desde o fim do regime militar muitos erros foram cometidos. “O presidente fala ‘como pode um país que é tão rico em recursos, como esse país ainda não acabou com a miséria e a pobreza?’. O modelo econômico é muito ruim há muitas décadas. Os últimos dois governos militares já estavam lá perdendo um pouco o rumo. Entrou a democracia, na redemocratização, conseguiu pegar a inflação em 200% e levar para 5.000%, por falta de capacidade, por incapacidade, os políticos não estavam habilitados, eles ficaram tanto tempo fora do poder que eles não tinham capacidade de escolha correta. E os economistas a mesma coisa, todo mundo pensando em política, fazendo besteira, congelando preço, que foi o plano cruzado, congelando ativos, sequestrando poupança, que era o Plano Collor, fazendo uma besteira atrás da outra. Nós perdemos décadas, perdemos duas, três décadas, mas fomos aprendendo e progredindo aos poucos na tentativa e erro. Quando explodiu o câmbio, nós aprendemos a flutuar. Quando foi para hiper, nós aprendemos a ter um Banco Central forte. Quando endividou em bola de neve, nós fizemos o teto. Quer dizer, é uma aprendizado a duras penas por falta de aprendizado e conhecimento”, disse. Na entrevista, Paulo Guedes reafirmou que o teto de gastos foi mal construído e também disse que este ano será a primeira vez em 42 anos que o Brasil vai crescer mais do que a China.

*Com informações do repórter Victor Hugo Salina

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