Pequenas indústrias têm bom desempenho, mas situação financeira piora, aponta CNI
Mesmo com desempenho acima da média anual, empresários não têm boas expectativas para o restante do ano, citando as taxas de juros e carga tributária como principais problemas
As taxas de juros e cargas tributárias elevadas foram os principais problemas para as micro e pequenas empresas industriais no primeiro trimestre de 2023. Mesmo assim, o segmento conseguiu manter boa performance, segundo o Panorama da Pequena Indústria, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nos três primeiros meses do ano, os empresários de pequeno porte relataram desempenho avaliado em 44 pontos, melhor que a média histórica para o ano, que é de 43,8. O índice de desempenho analisa o volume de produção e a evolução de contratações nas empresas. O índice de desempenho pode até ter sido satisfatório, mas outros três levantamentos apontam que os empresários não estão com boas expectativas. Está mais difícil conseguir crédito, isso causa problemas, como menos investimentos e contratações. O Índice de Situação Financeira, calculado com base na margem de lucro operacional, na situação financeira e no acesso ao crédito, caiu para -39,3 pontos, pior número desde o primeiro trimestre de 2021.
A analista de Políticas e Indústria da CNI, Paula Verlangeiro, analisa o cenário. “Os principais problemas do primeiro trimestre de 2023 foram a elevada carga tributária e as taxas de juros elevadas. Eles figuraram no topo do ranking. Mas, além disso, outros problemas, como a demanda interna insuficiente, também se destacaram muito. Por cotna da desaceleração da atividade econômica, está ocorrendo menos demanda. Por conta disso, os empresários estão relatando esse problema”, disse Paula. Também tiveram queda o Índice de Confiança do Empresário Industrial das Indústrias de Pequeno Porte e o Índice de Perspectivas. “Os empresários industriais mostraram que as condições financeiras estão piores. O Índice é calculado com base na margem de lucro operacional, na situação financeira e no acesso ao crédito. Além disso, os empresários msotraram que estão menos confiantes, o que gera um compasso de espera maior, que esperam mais na hora de tomar decisões como investimentos e contratações. Acaba afetando outras questões”, continua a analista. O Índice de Desempenho analisa produção, número de empregados e utilização da capacidade instalada dos industriais.
*Com informações do repórter Misael Mainetti
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