Perspectiva da vacina gera falsa sensação de que estamos terminando a pandemia, diz Eduardo Leite

Segundo o governador, o Rio Grande do Sul registra, neste momento, mais internações pela Covid-19 do que no ‘período mais crítico’ da doença

  • Por Jovem Pan
  • 04/12/2020 10h02 - Atualizado em 04/12/2020 10h13
Fátima Meira/Estadão Conteúdo Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul O governador espera uma coordenação do Ministério da Saúde para aquisição e distribuição das doses

A perspectiva, cada mais próxima, para o ínicio da vacinação contra a Covid-19 gera uma “falsa sensação” de que a pandemia está terminando. A avaliação é do governador do Rio Grande so Sul, Eduardo Leite, que fala sobre a situação da pandemia na região gaúcha. “No início de novembro começou a crescer o número de internações. Agora, temos mais pessoas internadas em leitos clínicos e em leitos de UTI do que no momento do pico, do que tínhamos no período mais grave de julho, que foi o momento crítico”, comenta. O estado já registra mais de 300 mil infecções pelo coronavírus e contabiliza sete mil óbitos pela Covid-19, com ocupação de 80% dos leitos unidade de terapia intensiva (UTI). Com isso, nesta semana, novas restrições a festas e eventos foram impostas, assim como bares e restaurantes voltaram a ter horário limite de funcionamento. Para Leite, a chegada do verão e o “cansaço da população” com a quarentena impulsionam as internações. “É determinante para crescimento de casos é a própria chegada do verão, dias mais longos, cansaço da população com as restrições, a redução de casos e perpsectiva da vcina geram a falsa sensanção que estamos terminando a pandemia. Ainda não podemos voltar aquele normal.”

Quanto às vacinas, o governador espera uma coordenação do Ministério da Saúde para aquisição e distribuição das doses, embora reconheça contato com o governo de São Paulo para possíveis aquisições da Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. “Não faz sentido que não haja [coordenação do Ministério da Saúde]. O Brasil tem uma tradição para garantir aquisição, distribuição, logística e para que chegue em todas as regiões e para toda a população as vacinas que são aplicadas. Uma disputa entre estados geraria problemas e transtornos parecidos com aqueles que observamos em relação a compra de respiradores, cada estado buscaria a sua forma de aquisição e haveria certamente problemas com preços, disponibilidade e até aquisições sem garantias de entrega. A gente não deseja isso, acreditamos que haverá disponibilizçaõ da vacina pelo Ministério.”

Leite citou, inclusive, a procura por líderes do Congresso Nacional para pedir uma “sensibilização” do presidente Jair Bolsonaro quanto a possíveis imunizantes alternativos ao planejamento inicial do governo, que investiu na  vacina de Oxford e faz parte do consórcio internacional Covax Facility da Organização Mundial da Saúde (OMS). As autoridades estaduais pedem que outros imunizantes potenciais, como a CoronaVac, também sejam considerados. “Ninguém está pedindo para passar pro cima dos protocolos”, garante Eduardo Leite. “Nós tivemos reunião dos governadores, o ministro falou que incluiria a vacina [CoronaVac], depois o presidente deu comando contrário, houve de lá para cá uma certa confusão. Nós buscamos junto aos presidentes Senado e da Câmara intermediação para que houvesse sensivbilidação do presidente para poder garantir que a vacina mais rápido seja disponibilizada.” O governador finaliza lembrando que a proposta é garantir que “toda vacina que for certificada, garantida por testes, protocolos e garantida pela ciência” seja incluída na “lógica de aquisição”. “Eu confio no Programa Nacional de Imunização como o grande instrumento para garantir a melhor logística para levar vacina para a população.”

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