Pesquisa aponta que 75% dos brasileiros conhecem alguém que morreu com Covid-19

Maior parte dos brasileiros perdeu amigos e 87% deles têm algum nível de medo da doença; entre entrevistados, 12% dizem que não temem os vírus

  • Por Jovem Pan
  • 08/05/2021 08h30
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Paulo Guereta/Agência O Dia/Estadão Conteúdo - 25/03/2021 Vestidos com roupas de proteção, coveiros enterram vítima da Covid-19 na Vila Formosa Três em cada quatro brasileiros afirmam que conhecem alguém que morreu com Covid-19

Assim como milhares de brasileiros, a autônoma Joyce Donato perdeu pessoas queridas para a Covid-19. A avó dela, de 79 anos, e a tia, de 63, morreram em março deste ano em decorrência do coronavírus. “Desde o começo da pandemia tiveram muito medo, ficaram por muito tempo trancadas em casa mesmo, mais de seis meses. Infelizmente, mesmo assim, a gente não sabe como, elas acabaram pegando o vírus e acabaram não resistindo”, lamentou. Três em cada quatro brasileiros conhecem alguém que não resistiu à Covid-19. O dado faz parte de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria.

A maior parte da população, 53%, se despediu de um amigo. Na sequência estão um parente que não morava na mesma casa, colegas de trabalho e familiares que viviam no mesmo lar. Vinte e cinco por cento dos entrevistados disseram que não conhecem ninguém que morreu por causa do coronavírus. Com a Covid-19 cada vez mais próxima, o medo de se contaminar é alto entre os brasileiros: 87% deles têm algum nível de medo da doença, enquanto 12% declararam não temer o vírus. O levantamento mostra, ainda, a percepção da população brasileira em relação ao atual momento do país. Para oitenta e nove por cento, a situação é grave ou muito grave; um por cento respondeu que o quadro não é crítico.

Esse receio em relação à pandemia também traz impactos para a economia, como explica o gerente de Análise Econômica da Confederação Nacional da Indústria, Marcelo Azevedo. “Você tem alguns efeitos inclusive nas decisões das pessoas, tem uma preocupação maior em fazer o consumo, então segura um pouco na medida do possível, não só pela perda de renda, mas também por essa preocupação com seu futuro, com o futuro do seu emprego”, afirmou o membro da CNI. A pesquisa ouviu 2.010 pessoas com idade a partir de 16 anos nos 26 estados e no Distrito Federal. As entrevistas foram realizadas por entrevistadores por meio de telefone ou celular entre os dias dezesseis e vinte de abril deste ano.

*Com informações da repórter Nicole Fusco

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