Fiocruz deve ter permissão para produzir insumos da vacina de Oxford no país ainda neste mês
Previsão é de que até mês de outubro processos técnicos sejam finalizados e Fiocruz forneça 200 milhões de doses à Saúde
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deverá assinar em até duas semanas o contrato de transferência de tecnologia que vai permitir a produção da matéria prima para a fabricação da vacina da Universidade de Oxford no Brasil. O vice-presidente da Fiocruz, Mário Moreira, explicou que faltam alguns ajustes para essa permissão. “Tem alguns detalhes técnicos, evidente, mas a nossa expectativa é de que no dia 15 de maio a gente comece a produção nacional e, lembrando, há um processo, uma trajetória regulatória, que nós vamos ter que produzir uma série de lotes de validação, acertados com os procedimentos internacionais. A partir daí a gente já começa a produzir em escala industrial”, afirmou. A previsão é de que até outubro todo o processo seja finalizado e a Fiocruz forneça cerca de 200 milhões de doses ao Ministério.
Isso ocorre poucos dias após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ter sido acusado pela CPI da Covid-19 de inflar dados de vacinas contratadas pelo governo federal. Nesta sexta-feira, a pasta apresentou um novo cronograma de doses que serão entregues até o fim do ano. No material apresentado constam 560 milhões de doses. A previsão é de que o Butantan seja responsável por 130 milhões de doses. Desse total, 30 milhões ainda estão sendo negociadas. Segundo o secretário executivo da Saúde, Rodrigo Cruz, algumas pendências ainda precisam resolvidas. “Essas pendências que a gente precisa vencer não atrasam o cronograma de entrega e não fazem com que a gente tenha chances de não receber essas doses no país conforme previsão contratual, respeitando todos os riscos e as variáveis que já estão apontadas no contrato”, disse. Ainda na sexta, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou de videoconferência com o embaixador da China no Brasil. Mais uma vez, o ministro fez um apelo para que a China mantenha os prazos previamente fixados.
O encontro acontece poucos dias depois do presidente Jair Bolsonaro criticar os chineses e afirmar que eles, na verdade, estariam lucrando por conta da pandemia. O Instituto Butantan alerta para o risco de faltarem doses da vacina, uma vez que a matéria prima que vem da china, está atrasada. “Não temos a confirmação ainda de embarque dessas doses. A gente está tratando isso e tão logo tenhamos a confirmação do embarque desse IFA, a gente torna essa informação pública”, afirmou o secretário. Segundo ele, neste momento é importante tentar tranquilizar a população. “A gente já tem essas 560 milhões de doses pactuadas. Estamos avançando na aquisição dessas 100 milhões de doses a mais da Pfizer para poder garantir a imunização dos brasileiros”, pontuou. O Ministério lembra que até esse momento já foram distribuídas mais de 75 milhões de doses da Fiocruz e do Butantan.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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