PF admite que prisão contra presidente do Paraguai é ‘difícil de ser cumprida’
O ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes, virou alvo, nesta terça-feira (19), da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. A ação decretou a prisão preventiva dele e conseguiu prender 11 pessoas que pertenciam a uma quadrilha ligada ao “doleiro dos doleiros”, Dario Messer, preso neste ano em São Paulo.
Segundo as investigações do Ministério Público (MP) e da Justiça Federal, Cartes era muito próximo de Messer – e inclusive abrigou o doleiro brasileiro no ano passado, quando estava foragido em território paraguaio.
As investigações apontaram, ainda, que o ex-mandatário do Paraguai chegou a ceder US$ 500 mil para Messer, que estava com problemas financeiros uma vez que sua prisão preventiva já havia sido decretada pela Operação Câmbio, Desligo e seus bens estavam bloqueados nos dois países – só no Paraguai, eram US$ 100 milhões.
A procuradora da república do Rio de Janeiro, Marisa Ferrari, destaca a necessidade da prisão de Cartes devido à forte influência política e econômica que ele mantém no país vizinho. “É um dos empresários mais ricos do país, um dos mais influentes, esse poder político dele também não se tornou, não foi exaurido com o término do mandato como presidente. Ele é um tipo de senador que não possui voto no Paraguai, mas possui direto a voz no parlamento”, explicou.
O alerta vermelho da Interpol já foi acionado para se tentar prender Cartes e outros envolvidos que vivem fora do Brasil. Mas o superintendente da Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro, delegado Tácio Muzzi, admite que a extradição do ex-presidente é burocrática e bastante complicada. “É necessário esse procedimento que é formulado pelo juiz da causa, passa pela autoridade central brasileira e, pela via diplomática, chega às autoridades paraguaias para que se avalie se essa pessoa vai ser entregue às autoridades brasileiras”, afirmou.
Entre os 11 presos nesta terça-feira (19), está a namorada de Dario Messer, Myra Oliveira de Athayde. Enquanto o ‘doleiro dos doleiros” esteve foragido, coube a ela fazer operações e movimentações financeiras. Ela, inclusive, esteve no Paraguai em quatro oportunidades, para levar dinheiro a Messer.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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