PF resgata 532 trabalhadores em condição análoga à escravidão somente em agosto

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a alteração na lei de terceirização, aprovada na reforma trabalhista de 2017 durante o governo de Michel Temer, seria uma das causas do cenário de violações

  • Por Jovem Pan
  • 06/09/2023 08h00 - Atualizado em 06/09/2023 08h47
Reprodução/Canal Gov ministro-do-trabalho-luiz-marinho-coletiva-sobre-trabalho-analogo-a-escravidao-reproducao-gov Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, falou sobre os dados referentes ao trabalho análogo à escravidão nesta terça-feira, 5

A Polícia Federal (PF), em conjunto com o Ministério Público do Trabalho, resgatou 532 trabalhadores em condições análogas à escravidão no Brasil somente no mês de agosto. Os Estados com mais pessoas resgatadas foram Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Ao apresentar o balanço das ações policiais, nesta terça-feira, 5, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a alteração na lei de terceirização, aprovada na reforma trabalhista de 2017, durante o governo de Michel Temer, seria uma das causas do cenário de violações aos direitos trabalhistas. “O que foi feito na última reforma trabalhista, em relação ao item de terceirização, e infelizmente respaldado pelo Supremo Tribunal Federal, é grande responsável pelo que nós estamos assistindo no trabalho análogo à escravidão. Em grande parte isso se dá no último elo do processo de terceirização, muitas vezes.”

Segundo as autoridades, as atividades com o maior número de vítimas em áreas rurais foram os cultivos de café, alho, batata e cebola. Na área urbana, os maiores regastes foram em restaurantes, oficinas de costura, construção civil e trabalho doméstico. Para o ministro do Trabalho, o objetivo das operações é trazer à tona a questão dos direitos trabalhistas para toda a sociedade e o empresariado brasileiro. “Não é possível que a gente continue tendo instituições, empresas e pessoas físicas que coloquem um ser humano, um próximo, sujeito ao trabalho análogo à escravidão. Isso é uma agressão aos direitos humanos, isso é inaceitável. Nós precisamos dar um basta nisso.”

*Com informações do repórter André Anelli

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