Polícia alemã apreende fósseis do Ceará que eram vendidos por 100 mil euros

Investigações apontam para um esquema de tráfico de fósseis que envolve empresários, servidores públicos e atravessadores

  • Por Jovem Pan
  • 19/11/2020 07h34
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Divulgação/Museu Nacional s fósseis de um pterossauro, de uma raia, além de aracnídeos e insetos, eram oferecidos ilegalmente em um site de leilões por 100 mil euros - cerca de R$ 630 mil

A pedido do Ministério Público, a polícia alemã apreendeu 60 fósseis oriundos da Chapada do Araripe, na região do Cariri, no sul do Ceará. Os fósseis de um pterossauro, de uma raia, além de aracnídeos e insetos, eram oferecidos ilegalmente em um site de leilões por 100 mil euros – cerca de R$ 630 mil.  A operação foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF) de Juazeiro do Norte em parceria com o Ministério Público de Kariserslautern, na Alemanha. O procurador da República, Rafael Rayol, explica que a apuração teve início após dois biólogos reportarem o caso ao MPF. “Dois pesquisadores comunicaram o Ministério Público Federal que haviam encontrado, em um site de leilão hospedado na Holanda, alguns fósseis aparentemente provenientes do Brasil que estariam sendo vendidos. A partir daí instauramos o procedimento e verificamos efetivamente que esse site de leilões estava realmente vendo, tendo como vendedor uma empresa sediada na Alemanha, 60 fósseis brasileiros entre pterossauro, insetos e aracnídeos diversos.”

A Universidade Regional do Cariri fez análise do material e atestou a origem dos exemplares. O grupo indica que os animais viveram no Cariri cearense há mais de 120 milhões de anos. O processo de investigação identificou o responsável pela venda do material pertencente à União. A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que enviará ao Ministério da Justiça pedido de cooperação à Alemanha, para que os fósseis sejam repatriados o mais breve possível. Investigações apontam para um esquema de tráfico de fósseis que envolve empresários, servidores públicos e atravessadores.

*Com informações da repórter Lívia Fernanda

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