Polícia avança em investigações das mortes de adolescente e de grávida no Rio
Três policiais foram indiciados pela morte de João Pedro, no Salgueiro, ano passado; PM começa a investigar morte de Kathlen Romeo, no Lins
A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou três policiais da tropa de elite da corporação pela morte do adolescente João Pedro, de 14 anos, em maio do ano passado no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana, que resultou em uma serie de restrições as policias impostas pelo Supremo Tribunal Federal. Os agentes Mauro José Gonçalves e Maxwell Gomes Pereira devem responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Já Fernando de Brito Meister deve responder por tentativa culposa de homicídio. Segundo as investigações, os policias teriam confundido João Pedro com bandidos em rota de fuga. João Pedro foi morto dentro de casa e a Polícia Federal também participou dessa ação. Tecnicamente, os agentes da Civil agiram sob erro quanto aos pressupostos fáticos da legitima defesa — supondo haver uma injusta agressão.
O relato da Civil seguiu para o Ministério Público, que deve oferecer denuncia à Justiça. Depois da morte de João Pedro, o STF impôs regras para as operações da polícia em comunidades e favelas do Rio de Janeiro. Desde junho do ano passado, em tese, essas ações só podem acontecer se forem inadiáveis, urgentes e imprescindíveis. Por falar em morte de inocente, foi sepultado nesta quarta-feira, 9, em clima de revolta e protesto, o corpo da grávida Kathlen Romeo, atingida na terça-feira, 8, por uma bala perdida no Complexo do Lins. Após o sepultamento, houve um novo protesto na favela e imediações. A PM começou a investigar o caso, assim como a Policia Civil. Os policiais militares garantem que o tiro fatal não partiu da arma deles.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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