Por Covid-19, brasileiros recorrem ao atendimento médico em casa e à telemedicina
Receio de exposição e contágio são motivos pelos quais as pessoas buscam os serviços; pesquisa diz que 55% dos brasileiros já usaram consultas online
A mãe do Rogério de Castro Melo tem 83 anos de idade e tem Parkinson. Ele conta que, assim que a família suspeitou de um diagnóstico de Covid-19, a busca foi por conseguir atendimento sem sair de casa. “Ela é acamada, tem um quadro de Parkinson, e tudo o que queremos nesse momento é evitar a ida ao hospital e internação”, afirma. O atendimento domiciliar tem sido uma da alternativas encontrada por muitas famílias para se preservar. Hyran Godinho é médico e CEO de uma empresa especializada em home care e, segundo ele, em 2020 houve um aumento de 36% na demanda. Com a nova onda de casos, eles se preparam novamente para um aumento.
“A todo o momento, e ainda mais agora, a gente precisa investir em treinamento, porque um profissional de enfermagem, por exemplo, vai atender um paciente de alta complexidade na casa dele, é uma atividade muito específica. Então esses profissionais não saem das escolas com essa habilitação, então se eu pudesse elencar o que mais tivemos de fazer do ponto de vista de preparação é o treinamento desses profissionais para estarem aptos a atender os pacientes na casa deles”, explica.
O receio de exposição e contágio são motivos pelos quais os pacientes buscam a telemedicina. É o que aponta uma pesquisa feita por uma empresa de tecnologia: 4 a cada 10 entrevistados citaram o medo pra justificar a escolha. O estudo diz ainda que 55% dos brasileiros já usaram o serviço de consulta online. Tanto o home care como a telemedicina não são amplamente disseminados entre a população, pelos fatores alto custo e acesso à internet. Algumas ações, porém, caminham no setor público. Aqui na capital paulista, por exemplo, funciona desde o final do ano passado o “e-saude sp“, um aplicativo que, entre os serviços, oferece monitoramento de sintomas de Covid e teleconsultas. Em nota, a Secretaria de Saúde de São Paulo informa que até o dia 14, mais de 91 mil usuários se cadastraram no aplicativo, que já contabiliza mais de 372 mil acessos e mais de 41 mil consultas realizadas.
* Com informações da repórter Carolina Abelin
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