Prefeito de Aracaju pede distribuição rápida de kit intubação aos Estados: ‘Preocupante’
Presidente da Frente Nacional dos Prefeitos afirmou que, na melhor das hipóteses, há abastecimento para ‘uma semana, 15 dias’
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, atual presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, cobrou ajuda do governo federal para que os municípios possam melhorar a atuação contra a Covid-19. De acordo com ele, a situação do ‘kit intubação‘ é crítica, apesar de diferenciada pelo país. “Na melhor das hipóteses, o que existe é para uma semana ou quinze dias. Um lugar ou outro pode ter para mais do que isso, mas a situação é preocupante.” O fato de ter chegado 2,3 milhões de kits dão um certo alento, mas é importante que o Ministério da Saúde faça a distribuição rapidamente observando as dificuldades de cada local.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Nogueira reforçou que os estados não foram surpreendidos com a segunda onda, mas admitiu a falta de leitos e medicamentos como um problema estrutural. “O Brasil é um país com três entes federativos e cada um tem a sua esfera de responsabilidade. “Está faltando leito em virtude da gravidade da doença. É um problema mundial. Essas mutações do vírus infectam de forma mais rápida e de maneira mais efetiva, [o que implica em] uma necessidade de rapidamente construir mais leitos e fazer a manutenção deles. Quando a pandemia arrefeceu, teve diminuição de recursos. E há um sub financiamento nacional do sistema de saúde”, explicou.
Edvaldo destacou que essa reinvindicação é antiga, de pelo menos dez anos atrás. “O que os municípios e Estados desembolsam ainda é insuficiente para dar respostas efetivas a saúde, imagina com a pandemia”, completou. Para o prefeito de Aracaju, a CPI da Covid-19 abre espaço para apurar as falhas nas três esferas, mas teme que seja uma cortina de fumaça. “Como eles vão investigar cinco mil municípios? Como vai ser a escolha dos municípios?”, questiona. Porém, ele afirmou que as cidades são transparentes e não temem investigação. Para Edvaldo, se o governo federal tivesse centralizado as medidas no início da pandemia, as consequências poderiam ser menos piores. “Ninguém imaginava que a pandemia chegaria nesse ponto, mas o momento é de olhar adiante. Não pode ter disputa entre os governos municipais, estaduais e federal.”
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