Presidente da CPI do MST detalha objetivos da comissão: ‘Oposição a quem invade propriedade privada’
Tenente-coronel Zucco afirma que grupo vai investigar financiadores de invasões e ligações com órgãos públicos e espera que trabalhos sejam iniciados na próxima terça-feira
Parlamentares escolheram nesta quarta-feira 17, os cargos de comando da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá apurar as ações promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e outras organizações que atuam com a premissa de ocupar terras supostamente improdutivas. O colegiado indicou o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP) para a relatoria. Para a presidência, foi escolhido o deputado federal tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), favorito para o posto e que deu mais detalhes sobre a CPI do MST em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta quinta-feira, 18. Para o parlamentar, o foco principal da comissão é combater os invasores de terras: “Nós queremos que esta CPI tenha uma oposição, oposição a quem invade propriedade privada. Nós temos que deixar bem claro que pequenos, médios e grandes produtores rurais não podem mais sofrer com o medo e insegurança no campo.
“Nós já instalamos. Temos hoje uma reunião para trabalhar a ideia inicial desta CPI, vamos fazer diligências nos Estados que tiveram invasões e vamos entrar em contato com órgãos de segurança pública, como a Polícia Civil e a Polícia Militar. Nesse sentido, é importante salientar que a gente quer que se cumpra a lei, a gente quer respeitar a Constituição. E vamos, logicamente, também atrás daqueles financiadores desse movimento, quem abastece esse movimento e o torna forte ao ponto de eles se autodenominarem autoridades para saírem invadindo propriedades. É uma CPI muito importante e a gente quer que todos aquele que se dizem responsáveis por tornar o Brasil ‘o celeiro do mundo’ sejam poupados desse tipo de crime”, explicou.
O chamado ‘Abril Vermelho‘, movimento puxado pelo MST, representou uma escalada no volume de ocupações no país. Para o presidente da CPI, é justamente este aumento e os lugares que foram alvos de invasões que serão o ponto de partida da apuração parlamentar: “A gente vai procurar autoridades políticas locais e autoridades que tenham porventura uma linha de investigação correndo para que a gente possa convocar estas pessoas. Não vamos sair convidando, ou até mesmo convocando, pessoas que porventura tenham uma identificação, sem uma estratégia definida. Nós vamos partir com o que há de concreto, que foi a escalada das invasões. A partir dessas invasões efetivas e de tudo o que houve no entorno dessas investigações, vamos procurar os atores que estavam relacionados (…) Vamos também verificar quais as identificações de lideranças dos invasores, que foram feitas juntamente com os órgãos de segurança pública”.
“Existem outros movimentos legislativos que já ocorreram e talvez não tiveram efetividade na entrega. Por isso, a gente pretende, nesta CPI, de forma muito estratégica e técnica, buscar financiadores e buscar ligações com possíveis órgãos estaduais ou órgãos federais. Queremos, em paralelo, trabalhar legislações que estão paradas aqui na casa e venham trazer segurança no campo”, afirmou.O tenente coronel Zucco ainda declarou que espera que os trabalhos comecem na próxima terça-feira, 23, quando as atividades da CPI serão apresentadas: “Essa primeira sessão é mais detalhada para apresentação dos trabalhos, mas já recebemos algum feedback de deputados que querem entrar com alguns requerimentos, então já estamos preparados para isso. É como a gente já comenta, temos a ideia de início de uma CPI, mas não sabemos como ela vai terminar”. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.
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