Presidente da Fiesp critica setores que não demonstram interesse pela reforma tributária

Segundo Josué Gomes, quem critica as mudanças está desinformado ou não está com contas regularizadas

  • Por Jovem Pan
  • 04/04/2023 10h36 - Atualizado em 12/04/2023 13h18
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ETTORE CHIEREGUINI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Josué Gomes da Silva Josué Gomes aproveitou o evento na Fiesp para criticar a taxa Selic novamente, em 13,75% neste momento

Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), se mostrou desapontado com a falta de interesse pela reforma tributária por parte de alguns setores da economia, como o agronegócio. Ele afirmou que os setores que criticam as mudanças estão desinformados ou não estão com as contas regularizadas: “É uma pena quando nós ouvimos de grandes produtores do agro que eles preferem exportar o produto in natura do que fazer qualquer processamento nele no Brasil, agregando valor e gerando empregos, porque, senão, eles serão punidos tributariamente, terão retorno menor ao investimento de capital que eles precisarão fazer”, disse. Durante o evento na Fiesp com políticas e representantes dos segmentos do mercado Gomes ainda criticou o atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, colocada a 13,75% pelo Banco Central. Ele chamou a taxa de “Selic obscena”. Em outro evento, há duas semanas, ele já havia dito que a atual taxa é “pornográfica”. Sobre eventuais críticas, Gomes também disse que tem diálogo aberto com o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

O relator do grupo de trabalho da reforma tributária na Câmara, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que a reforma deve ser simples, com legislação única nacional, trazendo clareza para a sociedade escolher o que quer. A previsão é que o texto da reforma tributária seja apresentado no Congresso Nacional para votação em maio. Há dois projetos no legislativo, mas Ribeiro quer dar destaque à proposta da PEC 45/2019, que prevê que a transição da reforma será de 50 anos. “O sistema que nós temos foi pautado em um modelo em que o principal imposto, na época, era sobre a indústria. Todos os entes federados se veem obrigados a aceitar e fazer, agora, uma reforma tributária, porque sempre tivemos esse entrave”, disse.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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