Presidente de Associação brasileira na Austrália conta que ‘nunca viu queimadas deste porte’
Segundo ele, os moradores da cidade de Sydney vivem um problema ‘muito sério’
O presidente da Associação da Comunidade Brasileira na Austrália, Erick Paixão, disse em entrevista ao Jornal da Manhã neste sábado (11) que desde o dia 13 de dezembro os moradores de Sydney, uma das maiores cidades do país, vivem um problema “muito sério” por causa das queimadas. “Muitas pessoas estão usando máscaras para sair, está difícil caminhar nas ruas e até o sinal de celular ficou prejudicado porque as torres de telecomunicação foram afetadas”, contou.
O brasileiro, que mora há 14 anos na Austrália, afirmou que nunca viu queimadas deste porte. “Nos últimos anos, os incêndios aconteciam mas não afetavam as cidades grandes como Sydney e Melbourne, por exemplo.” Isso porque são locais mais afastados dos focos, que se concentram mais na região costeira, como Nova Gales do Sul.
Entretanto, do ano passado para cá, milhares de pessoas estão sendo evacuadas e o número de animais mortos, segundo um levantamento feito por pesquisadores da Universidade de Sydney, pode chegar a um bilhão. No total, até agora, foram pelo menos 26 mortos e 8 milhões de hectares destruídos, o equivalente ao tamanho da Irlanda.
Erick contou que, devido aos incêndios, uma brasileira ficou ilhada. “1200 pessoas tiveram que ir para a praia e ficar sentadas lá aguardando. As orientações das autoridades é para que as pessoas vão para perto das praias, pois o único jeito de resgatá-las é pelo mar”, explicou. Entretanto, o presidente da Associação garantiu que, até o momento, não recebeu relatos de brasileiros mortos ou feridos.
Além disso, ele afirmou que a Austrália recebeu muita ajuda internacional, inclusive do Brasil, que vai enviar 30 brigadistas para auxiliar nos focos de queimadas que seguem muito grandes. Para ele, “falta um pouco mais de mobilização” do governo australiano. Na última semana, aconteceram manifestações pelo país pedindo medidas urgentes para combater os incêndios e as mudanças climáticas.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.