Presidente de comissão: Câmara vai assumir protagonismo para reforma ter os 308 votos

Marcelo Ramos concedeu entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã desta segunda-feira (20)

  • Por Jovem Pan
  • 20/05/2019 08h21 - Atualizado em 21/05/2019 12h44
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Segundo o presidente da comissão especial, o momento é de baixar a temperatura e ter responsabilidade, porque a crise não serve a ninguém

Nos últimos dias foi avaliada a possibilidade de se votar um projeto substitutivo de reforma da Previdência na comissão especial que analisa a matéria. O novo texto, entretanto, não começaria a tramitar do zero e, segundo o presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PR), ele nada mais seria que a emenda em questão, mas com as modificações feitas pelos congressistas.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, Ramos esclareceu que a informação “passou a ideia de que a nova proposta seria reiniciar o processo”. Ele ressaltou que o relatório do deputado Samuel Moreira será a nova proposta e que o “termo técnico é substitutivo”. “A PEC antes era a PEC 6 e agora é a PEC 6-A”, disse.

Marcelo Ramos voltou a tecer críticas ao governo, que não possui a articulação necessária para amealhar os 308 votos necessários para que a reforma avance no plenário. “A Câmara vai assumir o protagonismo no sentido de garantir uma proposta que possa ter os 308 votos necessários.”

Especificamente sobre o presidente Jair Bolsonaro, Ramos afirmou ser necessária responsabilidade institucional e juízo “que vez ou outra o presidente não tem”. Segundo o presidente da comissão especial, o momento é de baixar a temperatura e ter responsabilidade, porque a crise não serve a ninguém.

“Teremos absoluta responsabilidade, apesar de a Câmara e o presidente [da Casa] Rodrigo Maia estarem sendo vítimas de campanha feroz de desmoralização. Deixaremos isso de lado para seguir trabalhando pelo Brasil. Precisamos isolar a crise política e tocar o país”, explicou. “Não vamos paralisar a reforma da Previdência porque a articulação não consegue aprovar. Pelo contrário, vamos nós mesmos buscar os votos necessários para a aprovação”, completou.

Centrão não atrapalha

O presidente da comissão especial na Câmara que analisa a reforma esclareceu que o Centrão não atrapalha a tramitação do projeto e deixou esse peso para o próprio partido do presidente.

“Os partidos de centro não têm atrapalhado em nada, pelo contrário. Se quisessem atrapalhar, a reforma estaria parada. Querer imputar partidos de centro em qualquer dificuldade na aprovação da reforma é negar os fatos. É verdade que o PSL tem problemas internos, mas não permitiremos que eles contaminem a tramitação da reforma”, defendeu.

Manifestação para dia 26 de maio

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro começam a se movimentar nas redes sociais para uma manifestação no próximo domingo (26).

Para Marcelo Ramos, o protesto atrapalha, já que ele “é contra uma das pessoas que mais tem se dedicado à tramitação da reforma da Previdência, que é Rodrigo Maia. Ataca parte do Congresso que é a maioria que mostrou simpatia pela reforma. Ela [manifestação] é surreal”, disse.

O deputado destacou ainda que a tramitação da reforma na comissão especial segue seu trâmite normal e “não tem nem um dia de atraso”. Ele até criticou o deputado Helio, do PSL, que postou texto em rede social criticando a tramitação da reforma.

“Ele não sabe nada do que está acontecendo lá. Ele nunca foi a uma reunião. Reforma está em seu perfeito cronograma”, finalizou.

Confira a entrevista completa com o presidente da comissão especial na Câmara, Marcelo Ramos (PR):

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.