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Procurador da Lava Jato: “não imaginávamos que chegaríamos a 10% do que chegamos”

Carlos Fernando dos Santos Lima

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Com quatro anos de Operação Lava Jato seria de se esperar que as investigações estivessem rumo ao seu fim, mas ainda há muito a fazer, segundo o procurador da força-tarefa Carlos Fernando dos Santos Lima.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o procurador afirmou que, quando a operação foi iniciada, “não imaginávamos que chegaríamos a 10% do resultado que chegamos”. De acordo com Lima, a operação traz êxito, mas a busca pelo melhor para a população é recorrente: “há muito a fazer em termos de combate à corrupção”.

Tema em frequente discussão e que deixa o MPF e a Procuradoria-Geral da República preocupada é a prisão após condenação em segunda instância, e seu entendimento por parte do Supremo Tribunal Federal. “A Lava Jato iniciou antes de o STF rever a jurisprudência anterior, mas vamos fazer todo o possível para que ela siga independente dos casuísmos do STF. Mas se mudado o entendimento, teremos prejuízos, especialmente quando tomada às vésperas da prisão do ex-presidente Lula”, disse o procurador.

Carlos Fernando dos Santos Lima disse ainda que o entendimento do STF não pode ser modificado a depender das circunstâncias. “Não podemos ficar refazendo jurisprudências ao sabor dos acontecimentos”.

Sobre um encaminhamento mais rápido de processos já abertos, inclusive envolvendo políticos, o procurador alertou para dois perigos: “primeiro o foro privilegiado. Se mantivermos, veremos muitas prescrições nos casos da Lava Jato. Além disso, a própria decisão do STF de rever a jurisprudência [da prisão após condenação em segunda instância] vai levar a muitas prescrições, porque temos inúmeros recursos”.

O procurador acrescentou ainda que a Lava Jato continua nos Estados, municípios e no âmbito federal. “Esperamos que a Lava Jato se transforme em movimento contínuo de combate à corrupção. Se pensarmos assim, a Lava Jato pode ser permanente”.

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