Produção de energia no Brasil não cresceu nos últimos 10 anos, aponta pesquisa

Diante da crise e do receio de desabastecimento, o país precisou importar energia e utilizar termelétricas mais caras, o que impacta diretamente no consumidor

  • Por Jovem Pan
  • 08/11/2021 06h14 - Atualizado em 08/11/2021 11h38
Marcello Casal Jr. / Agência Brasil Privatização da Eletrobras animaram o mercado financeiro nesta quarta-feira Em meio a pior seca dos últimos 90 anos, o Brasil enfrenta uma séria crise energética o que faz com que os indicadores não sejam tão positivos

A empresa de Pesquisa Energética, ligada ao governo federal, apresentou os dados relacionados ao consumo de energia elétrica na rede de distribuição. Essa avaliação é feita anualmente para estimar o quanto a capacidade de geração de energia precisa crescer, em uma década, para atender a demanda. Segundo os dados, o país não atingiu o plano de aumentar a produção de energia nos últimos 10 anos. Em meio à pior seca dos últimos 90 anos, o Brasil enfrenta uma séria crise energética o que faz com que os indicadores não sejam tão positivos. O parque de geração atual de energia elétrica tem 10 GW a menos de capacidade do que o previsto. Para se ter uma ideia, a Usina de Itaipu, no Paraná, tem 14 GW de capacidade instalada. Diante da crise e do receio de desabastecimento, o país precisou importar energia e utilizar termelétricas mais caras, o que impacta diretamente no consumidor, que viu as tarifas aumentarem significativamente ao longo do ano. O professor de economia do Insper, Roberto Dumas, avalia que falta investimento privado no setor e que isso decorre de uma ausência de coordenação de agentes ambientais.

“Não é questão de não cumprir, é questão que você não sabe onde você deve cumprir, até onde deve cumprir. Você cumpre que todas as agências ambientais pedem e depois o Ministério Público diz que não serve. Ao falar que não serve, o banco ou a instituição fica com receio danado de poder emprestar esse recurso e ser considerada responsável por alguma falha ambiental que possa acontecer ou não respeitar o que o Ministério Público está dizendo”, disse. De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, esse aumento também terá um reflexo negativo no PIB, que deve ter queda de 0,11% em comparação a 2020.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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