Profissionais de enfermagem defendem melhores salários e piso por horas trabalhadas

Segundo Conselho Federal de Enfermagem, cerca de 53 mil trabalhadores foram infectados pelo coronavírus, situação que reacende a discussão sobre a valorização da categoria

  • Por Jovem Pan
  • 26/04/2021 12h07 - Atualizado em 26/04/2021 17h26
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Profissionais cuidam de paciente infectado pelo coronavírus Vice-presidente do Conselho Federal de Enfermagem, Antônio Marcos Freire, explica que a demanda não é atual, mas que a situação da pandemia pede urgência

Mais de 2,4 milhões de profissionais de enfermagem enfrentam rotinas árduas de trabalho na maior crise sanitária dos últimos anos no Brasil. Desde o início da pandemia, o Conselho Federal de Enfermagem contabilizou cerca de 53 mil casos de Covid-19 em trabalhadores da categoria. Destes, 776 perderam a vida. Ao mesmo tempo, ganha destaque outro desafio: as desigualdades salariais. Jeferson Caproni é enfermeiro do Hospital Público de São Paulo e atua na linha de frente do atendimento a vítimas da doença. Ele explica que o salário médio dos enfermeiros chega a ser inferior ao salário mínimo. “A maioria dos profissionais atua em dois empregos ou até em três. Essa é a realidade, mas por que essa realidade? Para que você realmente possa complementar o seu salário no final do mês, é um salário baixo, estamos falando de um salário baixo de quem cuida da vida. Quanto custa o valor da vida? Estamos falando de profissionais que atuam e ganham menos de R$ 1 mil por mês.”

Segundo o Cofenn, os valores incompatíveis com a responsabilidade e com a formação do profissional são observados em todas as regiões do Brasil. A entidade afirma que a única forma de corrigir a situação é criar um piso por horas trabalhadas. Um projeto que prevê benefícios à categoria tramita no Congresso Nacional. O texto é da autoria do senador Fabiano Contarato e já obteve declaração favorável da relatora, a senadora Zenaide Maia. No entanto, ainda não há data definida para votação. O vice-presidente do Conselho Federal de Enfermagem, Antônio Marcos Freire, explica que a demanda não é atual, mas que a situação da pandemia pede urgência.

“Que o profissional tenha tranquilidade de trabalhar em um determinado ambiente, em uma determina instituição que lhe dê condições de se preparar para prestar uma assistência de enfermagem de qualidade. Como não temos o piso salarial, há uma discrepância de valores pagos em todo o Brasil, de Norte a Sul. Todo sistema Cofen está conversando com os senadores de seus Estados, pedindo que eles apoiem esse projeto, considerando que ele é um projeto justo”, afirmou. O Conselho Federal de Enfermagem protocolou um ofício ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, exigindo a votação imediata do projeto.

*Com informações da repórter Rocio Paik 

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